UOL
Thiago Fernandes
Fernando Diniz acredita que o São Paulo ainda “caminha para viver um grande momento” sob o seu comando. Depois da vitória por 3 a 0 sobre o Flamengo, na noite de ontem (18), pela Copa do Brasil, o técnico enalteceu a união do plantel, celebrou o apoio recente dos torcedores e disse que o momento de euforia externo não será levado ao CT da Barra Funda.
Perguntado se vive o melhor momento desde a sua chegada ao Morumbi, o comandante afirmou: “A gente está caminhando para um grande momento. A questão principal do time foi saber o que fazer. O normal era o time se destroçar, a gente mudar tudo e ser aquela rotina do futebol brasileiro. Às vezes, tem pressão muito oportunista. A gente conseguiu criar laços mais fortes com a pressão que tinha de fora. O time responde em campo, porque soube passar junto o que teve em momentos ruins. Os jogadores gostam cada vez mais um do outro. A gente tem sempre que fazer o nosso melhor. No fundo, só a gente sabe o que é trabalhar no São Paulo. A gente teve a inteligência e a coragem de trabalhar as coisas importantes e melhorar o time”.
Ele celebrou o apoio dos torcedores, que foram ao Morumbi antes do jogo de ontem para uma recepção calorosa ao elenco. Na ocasião, milhares de são-paulinos estiveram nas imediações do estádio para cantar músicas de apoio ao time.
“Esse é um momento muito especial, todos querem ter o nome gritado pela torcida. Mexe com a gente positivamente. Quando a gente teve os momentos de crítica, eu soube respeitar o torcedor. Ele está ali para torcer, a gente tem que trabalhar para entregar o que ele quer. Quando cria essa simbiose, é uma coisa muito forte. Quando eles fazem essa festa, os jogadores se sentem mais acolhidos e mais amparados. A gente agradece muito e fica satisfeito por entregar as vitórias para eles. A gente vai trabalhar muito para que os títulos aconteçam novamente”, comentou o técnico, reforçando que o momento de euforia da torcida não refletirá no elenco:
“Eu acho que, no São Paulo, a gente teve muitos momentos difíceis. Os jogadores sabem que precisam trabalhar, trabalhar forte, com mais união e irmandade para conseguir nossos objetivos. Então, a gente tem que fazer isso, trabalhar até o final”. Veja outros trechos da coletiva de Fernando Diniz:
Opinião sobre Luciano, craque do jogo: “O Luciano eu nem considero uma contratação, porque foi uma troca. O Everton foi e o Luciano veio. O Luciano é um jogador com um potencial muito grande. Na minha opinião, pelo que vi no Fluminense, era um jogador subvalorizado. Tive algumas conversas com ele, sobre o potencial que ele tinha e a falta de espaço dele no futebol brasileiro. No Fluminense, ele já correspondeu, e aqui no São Paulo, de uma forma muito intensa, ele tem conseguido conquistar o espaço que ele merece, pelo profissional que é e pela maneira que se dedica”.
Momento de Daniel Alves: “Falar do Daniel é sempre um prazer. É um presente poder trabalhar com ele, uma alegria, um privilégio. Falo isso hoje e falo desde quando eu ouvia muitos de vocês dizendo que o Daniel não podia dobrar jogos, pela idade, porque estava sentindo, e agora está provado que isso não tinha nada a ver. O Daniel não se encaixa nessa lógica comum, ele nunca quis ser poupado. Nunca precisei tirar ele sequer de treinos. E ele começa antes e termina depois. Ele agrega muito. O São Paulo talvez não sabia sequer o tamanho do potencial do jogador que ele havia contratado. Ele é uma pessoa especial.
Ele joga como vive, com coragem, com prazer, intensidade e ele vive dessa mesma forma. Ele é muito solidário, um jogador coletivo e vive tentando ajudar os outros. Desde os mais experientes aos mais jovens. Então ele soma demais. Está jogando tudo o que sabe, o time também está correspondendo… Então, para mim, é super natural o que está acontecendo com o Daniel. Porque ele é um jogador muito grande e nos ajuda desde sempre. Ele melhora os jogadores, preocupa o adversário… É um jogador muito grande.
Recuperação de jogadores: “”Eu não sou um cara que desiste fácil. Não existe garantia de que o jogador irá se recuperar, mas sou insistente. Quando vejo que o jogador tem vontade, tem potencial, eu procuro ajudar, insistir quando as coisas não estão indo bem. Não são todos os jogadores que a gente consegue, mas esses três que você citou (Luciano, Brenner e Pablo), a gente tem cada vez mais uma relação com mais profundidade e acho que isso ajuda o jogador a ter segurança para poder desenvolver a plenitude de todo seu potencial”.
Uso de jogadores da base: “Eu gosto de olhar e dar oportunidade para jogadores da base, mas eles precisam de tempo. Eu gosto de subir os jogadores da base para eu prepará-los, para eu ajudá-los e assim eles possam depois ajudar a equipe. Acho que um erro comum é pegar um jogador que está se destacando na base e trazer pra ele resolver o problema do time. É um ou outro que consegue se destavacr nessa situação, alguém que está sobrando muito na base e consegue se encaixar no profissional de maneira imediata.
A grande maioria precisa de tempo e bom acolhimento, para se sentir à vontade, se preparar, para aí sim ajudar a equipe. No São Paulo aconteceu muito isso. O Diego, o Sara, o próprio Luan… Eles foram amadurecendo e agora conseguem ajudar o São Paulo da maneira que a equipe precisa”.
LEIA TAMBÉM:
- Oscar entrega ‘ajuda’ de Lucas para fechar com São Paulo, projeta dupla e agradece torcida: ‘Carinho especial’
- Confira os jogadores do São Paulo que mais participaram de gols no ano
- São Paulo “renova” time feminino para temporada com Libertadores inédita
- Lucas Moura vibra com chegada de Oscar ao São Paulo
- Reforço do São Paulo, Oscar teve saída polêmica do clube em 2010 após ação na Justiça; relembre