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Mesmo levando o São Paulo às primeiras colocações do Campeonato Brasileiro, o estilo de jogo de Fernando Diniz está longe de ser uma unanimidade entre torcedores. Por trás do estilo diferente, segundo o ex-goleiro Marcelo Moreira, que trabalhou com o treinador no início da carreira, está um trabalho forte nos vestiários e a conquista da confiança dos jogadores. “Era loucura, porque os caras falavam ‘ou a gente ganha de cinco ou leva de cinco’ [risos]. O esquema era uma rotação de posições. Você via o volante na zaga e o zagueiro na ala”, relembra, em entrevista à ESPN.
O ex-goleiro fez parte do primeiro elenco treinado no Diniz, o Votoraty-SP, em 2010. “Desde aquela época do Votoraty, o Fernando fazia a defesa recuar para mim, e eu tinha que achar as opções de passe. Os caras se movimentavam de uma tal forma que eu não ficava sem opção, eu tinha que ter frieza para dar um bom toque, tinha que ser bem preciso”, conta. Marcelo Moreira lembra das dificuldade de adaptação ao esquema do treinador, mas afirma que, com a confiança, o time encaixou. “Eu tive muita dificuldade nas primeiras semanas trabalhando com ele, mas depois a gente vai criando confiança, entendendo melhor onde cada um vai estar, e fica mais fácil”.
O ex-goleiro revela que Diniz “fala a língua do jogador”. Formado em psicologia, o técnico tenta equilibrar a relação entre elenco, comissão técnica e fatores extra-campo para extrair o máximo da equipe. “O Fernando vê o lado humano porque tem dia que o atleta não está bem. O cara tem problemas na família e isso pode afetar o desempenho dentro de campo”, afirma. “Quando percebe que há algo errado, Diniz chama o jogador de canto para conversar e entender o que está acontecendo. Não chega acusando, não só aquela coisa de resultado e fazer o melhor em campo. Ele entende o que é a vida do jogador”.
O comportamento à beira do gramado, que já virou meme entre os torcedores – como quando fez o movimento de cabeceio em uma das jogadas do Tricolor, é uma marca registrada de Diniz desde o início da carreira. “Ele parece que quer entrar em campo. Seja gritando, gesticulando ou conversando com o banco. Ele participa 100%. Está sempre pilhado porque faz com amor e intensidade, e quer o resultado”, comenta.
Marcelo torce para que seu ex-comandante entre para a história do Tricolor com um título na temporada. “As coisas fluem no São Paulo de forma melhor sem tirar a ideia dele de jogo. Eu torço muito para o Fernando porque sei como ele é. A gente vê como está evoluindo e mostrando um futebol diferente”, avalia.
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