Mauro questiona só aglomeração de torcida repercutir: “e os comícios?”

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No jogo que marcou a classificação do São Paulo para as semifinais da Copa do Brasil com a vitória por 3 a 0 sobre o Flamengo no Morumbi, torcedores do clube paulista se aglomeraram no entorno do estádio em plena pandemia e foram até saudados pelo técnico Fernando Diniz, assim como ocorreu com a torcida do América-MG e o técnico Lisca em Belo Horizonte e como já foi com outros times enquanto a pandemia impede que seja possível a presença de público nos estádios.

No podcast Posse de Bola #75, Mauro Cezar Pereira diz que não aprova a aglomeração dos torcedores em um momento de pandemia, mas questiona a diferença da repercussão que há no caso de torcedores de futebol e em outros como comícios políticos no período eleitoral e também nos aviões lotados após promessas de distanciamento para que as viagens ocorressem de forma mais segura em relação à covid-19.

“Me incomoda muito o fato de repercutir barbaramente tudo o que é aglomeração de torcedor em estádio e muito menos comício de político, por que os políticos não fazem comício tudo por live, tudo online? Os caras estão na rua aí apertando mão, dando beijo, ‘ah mas está de máscara’, que se dane que está de máscara, então tudo bem, o torcedor bota máscara e pode? Não estou defendendo aglomeração, eu estou questionando por que político, político de esquerda, de direita, de centro, extrema-direita, não importa, todos vão para a rua e juntam gente”, diz Mauro Cezar.

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“Os aviões estão voando para lá e para cá lotados, eu lembro que no início as notícias eram ‘quando as empresas aéreas puderem retomar as rotas, você vai sentar aqui’, aí tinha matéria na internet, nos jornais, ‘vai sentar aqui, a cadeira da frente fica vazia, do lado não senta ninguém’. Que nada, está todo mundo sentado um quase em cima do outro, os aeroportos estão cheios, os aviões estão voando para lá e para cá desse jeito”, completa.

Mauro afirma que a repercussão pelas aglomerações durante a pandemia deveria ter o mesmo tratamento, seja de torcedores de futebol, eventos políticos, artísticos ou comerciais.

“Não estou dizendo que o torcedor deve, mas por que nós não somos tão críticos com relação a outras manifestações que geram também aglomeração e especialmente aquelas que envolvem o negócio. Essa das empresas aéreas eu achei a mais importante porque o discurso era que não ia acontecer isso e os aviões vão para lá e para cá lotados. O problema sempre é o futebol, ‘ah não pode ter jogo porque vai juntar gente’. Espera aí, então não pode voar de avião para lugar nenhum, não pode fazer mais nada. A gente tem que ser razoável nisso”, diz o jornalista.

Juca Kfouri afirma que os atos dos torcedores do São Paulo, como de outros torcedores com seus clubes durante a pandemia, foram irresponsáveis, assim como as campanhas políticas que promovem aglomerações. “Aquilo que aconteceu na porta do Morumbi, como tem feito a torcida do Atlético-MG na saída do time e a chegada no Mineirão, são atos irresponsáveis, como são irresponsáveis os que estão reunindo aglomerações nas campanhas políticas e nos aviões”, diz Juca.

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