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Thiago Fernandes
O São Paulo optou por não acionar o STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) para solicitar a impugnação do empate por 1 a 1 com o Ceará, em jogo adiado da 16ª rodada do Brasileirão. O departamento de futebol se queixa do erro de arbitragem no lance que culminou em gol anulado de Pablo. O clube se manifestou por meio de pronunciamento na manhã de hoje (27) e explicou que prefere não levar o caso à justiça desportiva. A intenção é evitar que a anulação do jogo por causa de um erro de direito do árbitro Wagner do Nascimento Magalhaes (Fifa/RJ) manche a boa campanha da equipe na principal competição nacional.
“Este clube tem princípios, é balizado pela retidão de conduta e se orgulha de fazer o correto. Por isso, não ingressará com o pedido para anulação da partida apesar de ter a segurança que o pleito seria aceito uma vez que houve evidente erro de direito e descumprimento de regra básica do jogo”, explicou. “O São Paulo não quer, no entanto, se beneficiar do que teria sido um erro. Nos orgulhamos de nossa história incontestável e sem asteriscos, e assim a manteremos”, acrescentou.
A própria CBF reconheceu, na noite de ontem (26), que houve erro da arbitragem no jogo disputado na última quarta-feira (25). Contudo, reforçou que o atacante estava em posição irregular no lance. A reclamação do São Paulo se dá porque o assistente Thiago Rosa de Oliveira (RJ) assinalou posição irregular de Pablo no duelo da última quarta. No entanto, Wagner do Nascimento Magalhães (Fifa/RJ) confirmou o gol ao ser instruído pelo VAR, comandado por Carlos Eduardo Nunes Braga (RJ), com auxílio de William Machado Steffen (SC) e Daniel do Espirito Santo Parro (RJ).
O problema é que o mesmo VAR se corrigiu e anulou o lance. No decorrer do processo que demorou quatro minutos e trinta e cinco segundos, o árbitro chegou a autorizar o reinício da partida com o gol do São Paulo validado. Confira, abaixo, a nota oficial do São Paulo na íntegra: Jogamos futebol porque acreditamos nesse esporte como meio de atingir a felicidade. O futebol é, no Brasil, a maior expressão do povo brasileiro. E este esporte, os clubes de futebol e os campeonatos só existem por causa da paixão – para quem não sabe, é disso que o futebol é feito e é isso que o mantém vivo, de geração para geração.
Ocorre, no entanto, que acontecimentos como o presenciado nesta quarta-feira (25), na Arena Castelão, em nossa partida contra o Ceará, estão ferindo e fazendo sangrar, dia após dia, a paixão pelo futebol. O São Paulo deixa claro que sabe que houve impedimento no lance e que a decisão correta seria a anulação do gol, mas alerta que isso não implica na inexistência do indiscutível erro de direito que veio a seguir e que justifica esta nota.
O erro da arbitragem foi algo acima de interpretação, que incorre em descumprimento de regra básica do jogo: o próprio Livro de Regras, que embasa a arbitragem brasileira e é documento público disponibilizado pela CBF, afirma que não se pode alterar uma decisão após o reinício da partida. Vimos o contrário acontecer, no entanto. Em nota oficial publicada na noite desta quinta-feira (26), a Comissão Nacional de Arbitragem da CBF não só atestou que houve, sim, uma alteração da decisão do VAR após o reinício do jogo, como também relatou que houve uma falha de comunicação entre o árbitro Wagner do Nascimento Magalhães e o VAR causada por uma comunicação paralela e simultânea entre o árbitro de campo e o quarto árbitro.
É preciso, hoje, que um clube diga com clareza que a aplicação do VAR precisa ser revista no Brasil. A tecnologia é bem-vinda, mas precisa ser bem aplicada. Todo o futebol brasileiro se beneficiará de mais capacitação, transparência e de maior clareza quanto às diretrizes que embasam as decisões. Precisamos cuidar do futebol brasileiro.
Vale lembrar que esta não foi a primeira vez em que o São Paulo foi prejudicado em uma decisão de jogo que envolveu o VAR. Há três meses tivemos um atleta agredido no Morumbi em clássico contra o Corinthians em lance que não resultou em punição para o agressor, e também um gol de Luciano contra o Atlético-MG em que a tecnologia de vídeo apontou impedimento equivocadamente – erro posteriormente assumido pela Comissão Nacional de Arbitragem.
Como futebol é feito e vive de paixão, o São Paulo aproveita o momento para relembrar do que este clube é feito em sua essência. Este clube tem princípios, é balizado pela retidão de conduta e se orgulha de fazer o correto. Por isso, não ingressará com o pedido para anulação da partida apesar de ter a segurança que o pleito seria aceito uma vez que houve evidente erro de direito e descumprimento de regra básica do jogo. O São Paulo não quer, no entanto, se beneficiar do que teria sido um erro. Nos orgulhamos de nossa história incontestável e sem asteriscos, e assim a manteremos.
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