GazetaEsportiva
Marcelo Baseggio
Líder do Campeonato Brasileiro com atuações regulares e com chances de ir à final da Copa do Brasil, o São Paulo vive seu melhor momento dos últimos anos. Porém, para chegar a esse patamar foi preciso de muita insistência e, sobretudo, coragem para bancar o trabalho de Fernando Diniz. Raí, diretor de futebol do Tricolor, teve de lidar com muitas críticas, algumas de proporções exageradas, mas agora o resultado começa a aparecer.
Depois das eliminações precoces nas quartas de final do Paulistão, para o Mirassol, na fase de grupos da Libertadores e na segunda fase da Copa Sul-Americana, para o Lanús, Fernando Diniz e seu elenco tiveram de se manter inabaláveis, tarefa cada vez mais difícil nos dias de hoje, com informações chegando facilmente pelas redes sociais. Mas, essa persistência improvável no trabalho do treinador pode fazer com que o São Paulo vire exemplo para outros clubes e, de quebra, acabe com um jejum de títulos que já dura oito anos.
“O desafio maior foi se fortalecer internamente enquanto externamente parecia que o mundo estava ruindo. Essa foi a maior grandeza do time, que é uma coisa muito difícil de se fazer no futebol. Essa máquina que vai moendo e vai passando tentando triturar todo mundo. Soubemos tirar o melhor de cada um em momentos difíceis, mostraram que temos um elenco forte”, afirmou Diniz.
Com as eliminações vexatórias, que já vinham ocorrendo nos anos anteriores à chegada de Fernando Diniz, a torcida do São Paulo passou a pedir a saída não só do treinador, mas também de Raí, diretor de futebol. Alexandre Pássaro, então gerente de futebol, e, claro, do presidente Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco.
Tendo de lidar com toda essa turbulência e o desempenho muitas vezes aquém das expectativas, Fernando Diniz foi obrigado a promover mudanças na equipe. Logo no início do Brasileirão, trocou a dupla de zaga, desbancando os consolidados Arboleda e Bruno Alves para apostar no jovem Diego Costa e no lateral-esquerdo Léo, improvisado no setor. Outros setores também passaram por alternâncias, como a lateral direita, ora ocupada por Igor Vinícius, ora por Juanfran, o atual titular.
“Os que saíram retornaram {à equipe titular] melhores do que saíram, e os que entraram saíram melhores do que entraram. O grande salto que o time deu foi a construção em cima de momentos difíceis que tivemos. Emocionalmente é um time que se mostrou muito resiliente. Mas, resiliente talvez não seja nem a palavra. O time, quando foi tomando as porradas, foi se tornando um time melhor. Merece colher aquilo que está colhendo”, completou o treinador do São Paulo.
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