UOL
Thiago Fernandes
Candidato à presidência do São Paulo, Roberto Natel sustenta o pedido de recontagem de votos da Assembleia Geral de Sócios que elegeu 100 novos conselheiros, no último sábado (28), sendo 74 do grupo de Julio Casares e 26 da chapa de Roberto Natel. O segundo teme que haja um erro na apuração do pleito do último fim de semana. O UOL Esporte consultou dois fiscais no processo eleitoral para saber o que houve no caso.
Luís Guidi, escrutinador ligado à chapa de Julio Casares, e Marco Aurélio Buchaim Regos, fiscal de apuração do grupo de Roberto Natel, alegam que não houve qualquer pedido de recontagem no dia do pleito e dizem, inclusive, que não creem em erros na contagem dos votos. No entanto, têm opiniões distintas sobre o desejo do postulante ao cargo de mandatário do clube.
Guidi vê com estranheza o pedido de Natel para a recontagem de votos da Assembleia Geral de Sócios no São Paulo. “Acabou a eleição às 17h, e eu fui convidado para ser o escrutinador, que é para tirar os votos das urnas. Nós tiramos os votos do envelope e fomos separando para que o pessoal da contagem fosse colocando no computador. Foram oito posições com computadores, e cada posição dessa tinha dois funcionários do São Paulo. E a cada estação com dois funcionários, tinha um fiscal de apuração de cada chapa. Durante todo esse processo, nenhum fiscal, tanto da Grafite quanto da Branca, levantou e falou que havia coisa errada”, disse ao UOL Esporte.
“O atraso se deu exclusivamente por um erro do sistema. Durante o processo, essa coisa de recontagem não foi feita. É um processo que foi bem harmônico entre as duas partes, não teve bate-boca, não teve nada. Esse tom não houve na apuração. Não vejo motivo aparente para recontagem. Por que não foi feito [o pedido] ao final da apuração? Não entendi, me parece estranho. O que posso relatar que vi é que foi um processo cansativo de eleição por causa da falha do sistema. Foi um processo bem limpo, extremamente transparente”, completou.
Marco Aurélio Buchaim Regos tem uma visão distinta do companheiro de processo eleitoral. Em conversa com o UOL Esporte, por meio de mensagem telefônica, ele explica o que viu no Morumbi.
“Estive na fiscalização da contagem dos votos, das 17h de sábado (28) até as 8h30 de domingo (29), e desconheço qualquer pedido de recontagem até sair de lá. Eu estava na fiscalização da mesa quatro. Nessa mesa, tudo ocorreu de forma correta, tanto na contagem como na digitação dos votos. O que eu estranhei é que o sistema travou várias vezes e, depois de umas três horas aproximadamente, a empresa que fez o sistema passou a usar dois sistemas de contagem diferentes um do outro. Não acredito em erros de contagem e digitação, afinal, em todas as mesas havia fiscais dos dois candidatos. Mas eu não posso assegurar que não houve erro no sistema”, comentou.
Em que pese a legitimação do processo eleitoral, Marco Aurélio acredita que é direito de Roberto Natel solicitar a recontagem dos votos da Assembleia Geral de Sócios do São Paulo. “Acredito que, se o Roberto Natel está se sentindo prejudicado, ele tem o direito de pedir a recontagem. Veja, havia candidatos nas prévias com 71 votos. Ao final da contagem, aparecia com menos que os 71 votos. Na dúvida, melhor recontar, embora a diferença de votos entre as chapas seja muito grande. Difícil acreditar que exista um erro tão grande, mas acho prudente que respeitem o direito dele de pedir a recontagem”, concluiu.
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