GazetaEsportiva
Marcelo Baseggio
O técnico Fernando Diniz é um dos grandes responsáveis, se não o maior responsável, pelo momento de sucesso do São Paulo no Campeonato Brasileiro. Líder isolado, com sete pontos de vantagem para o segundo colocado, e dono do melhor ataque da competição, com 45 gols marcados, o Tricolor teve de superar diversos obstáculos ao longo da atual temporada.
O primeiro deles foi a pandemia. Vivendo uma grande fase no início da temporada, sendo apontado como favorito ao título do Paulistão, o São Paulo viu as competições serem paralisadas por mais de quatro meses devido ao novo coronavírus. Quando os campeonatos foram retomados, a equipe não conseguiu recuperar o desempenho de outrora e acabou sofrendo uma eliminação vexatória para o Mirassol, nas quartas de final do Estadual, em pleno Morumbi.
Com a paralisação das competições, Antony, que jogaria toda a fase de grupos da Libertadores, se despediu do São Paulo com apenas um jogo no torneio continental, contra a LDU, no Morumbi. Na volta das competições, o jogador já havia se transferido para o Ajax, da Holanda, e Fernando Diniz passou a ter de lidar com a ausência de sua principal peça no ataque, responsável pelas jogadas mano a mano, pelo drible, por quebrar retrancas.
Se antes o São Paulo jogava no 4-3-3, Diniz teve de fazer mudanças na formação para manter sua equipe competitiva. Aos poucos, ele foi promovendo a entrada de Brenner, além de indicar Luciano, sem muitas oportunidades no Grêmio, para ser trocado por Everton. O estilo de jogo não é mais o mesmo, é verdade, mas, mesmo sem reforços e perdendo seu principal atacante para o futebol europeu, o comandante tricolor deu a volta por cima.
“Já falei muitas vezes que gosto do elenco que temos. O Antony desequilibrava aqui e desequilibra na Europa. O time não mudou muito a maneira de jogar com a saída de Antony. Buscamos algumas alternativas pra fazer o que o time já fazia: posse de bola, movimentação. Quando tem jogadores com características do Antony, fica muito mais fácil, porque tem um contra um. Não acho um elenco carente. Acho um elenco rico de jovens, de jogadores com experiencia internacional e com fome de poder entregar os títulos que o SPFC quer e precisa pra poder alegrar seu torcedor”, comentou Fernando Diniz.
O trabalho vem surtindo efeito, mas foi necessária muita coragem para bancar a permanência de Diniz após todos os tropeços em 2020. Como se não bastasse a eliminação nas quartas de final do Campeonato Paulista para o Mirassol, o São Paulo também caiu na fase de grupos da Libertadores e na segunda fase da Copa Sul-Americana, para o Lanús. A pressão foi gigantesca, mas, a decisão da diretoria de futebol se mostrou acertada.
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