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Yago Rudá
O baixo número de lesões no São Paulo tem chamado a atenção nesta temporada. Líder isolado do Brasileirão, o Tricolor tem utilizado pouco seu departamento médico para tratar as contusões de seus atletas. A consequência é a repetição do time titular e os bons resultados dentro de campo. A explicação para o sucesso está diretamente atrelada à metodologia de trabalho implantada por Fernando Diniz no CT da Barra Funda.
Nos últimos 35 dias, o São Paulo enfrentou uma maratona de jogos entre Copa do Brasil, Brasileirão e Copa Sul-Americana. Invicta no período, a equipe fez uma partida a cada três dias e, por conta disso, teve apenas cinco dias de folga. Em meio às viagens, confrontos decisivos e treinamentos, o departamento médico recebeu somente o atacante Paulinho Boia, que sofreu um estiramento na coxa direita.
A comissão técnica chefiada por Fernando Diniz tem apostado em fortalecer as relações humanas no convívio entre jogadores e funcionários. O comandante tem o hábito de chamar todos pelo nome e distribuir responsabilidades no CT da Barra Funda. Desde sua chegada, ainda no ano passado, os departamentos passaram por pequenas modificações e ficaram mais integrados. Ou seja, a informação chega rápido nas mãos do treinador, que monta a programação de acordo com as demandas do elenco.
A relação de confiança entre o treinador e os jogadores também é apontada como determinante para o baixo número de lesões. De acordo com pessoas ouvidas dentro do São Paulo, Diniz aposta muito na recuperação mental dos atletas, e não apenas física. Em algumas oportunidades, sobretudo após viagens no meio de semana, o comandante opta por dar descanso aos jogadores ao invés de treinar.
“Cheguei ao São Paulo e tinha um problema crônico que era depositado na conta do departamento médico, que é uma injustiça que a gente acaba cometendo. A coisa é muito mais complexa. Desde que eu cheguei aqui no São Paulo, a gente trabalha muito de uma maneira integrada, respeitando os departamentos e, principalmente, respeitando os jogadores”, afirmou o treinador em entrevista concedida em 19 de novembro, após eliminar o Flamengo da Copa do Brasil.
“Trabalhamos o preparo físico muito forte quando é possível. Temos uma concepção do futebol um pouco diferente da norma. Tem a sensibilidade, tem o aspecto emocional e temos que saber avaliar tudo. Temos uma mania determinista que parece que o jogador só é feito da parte fisiológica. Eu não consigo avaliar o jogador e nem o futebol dessa maneira. Temos que avaliar todas as partes”, acrescentou.
Um exemplo da confiança depositada pela comissão técnica aos atletas aconteceu justamente na véspera do jogo de volta contra o Flamengo, pelas quartas de final da Copa do Brasil. No treino que antecedeu o duelo decisivo, Luciano sofreu uma pancada e ficou no chão reclamando de dores. A vontade do jogador era deixar o campo, mas Diniz pediu que se levantasse e voltasse ao treinamento, sem a necessidade do atendimento médico. As imagens foram gravadas pela SPFCTV.
Sem lesão constatada e cheio de confiança, Luciano fez dois dos três gols da vitória são-paulina no Morumbi e agradeceu ao treinador ao fim da partida: ”Deu tudo certo e pude contribuir com o carinho que ele tem por mim”, afirmou o dono da camisa 11 do Tricolor.
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