Novo dirigente explica função no futebol do São Paulo e quer investir em ciência do esporte

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GloboEsporte

Marcelo Hazan

Carlos Belmonte será responsável por gestão e integração dos dirigentes do departamento.

Carlos Belmonte Sobrinho será dirigente no departamento de futebol do São Paulo em 2021. O conselheiro vitalício terá função não remunerada — trata-se de uma determinação do estatuto.

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Ele esteve ao lado do presidente eleito Julio Casares na conversa com elenco e comissão técnica na última segunda-feira, no CT da Barra Funda (veja foto abaixo).

Casares e Belmonte, inclusive, vão viajar nesta terça com a delegação do São Paulo para Porto Alegre, onde o time enfrentará o Grêmio, quarta-feira, às 21h30, pela primeira semifinal da Copa do Brasil.

Raí, Belmonte, Julio Casares, Leco e Chapecó em conversa com jogadores e comissão técnica do São Paulo no CT — Foto: Rubens Chiri / saopaulofc.net

Raí, Belmonte, Julio Casares, Leco e Chapecó em conversa com jogadores e comissão técnica do São Paulo no CT — Foto: Rubens Chiri / saopaulofc.net

Diretor geral do clube social e líder do projeto de basquete profissional, Belmonte era o nome para substituir Raí em 2019, quando houve forte pressão política no atual presidente Leco para saída do ídolo. Mas a troca não aconteceu.

Agora, os dois vão trabalhar juntos, já que Raí teve sua permanência definida até fevereiro de 2021. Depois, haverá um novo profissional neste cargo.

Em contato com o ge, Belmonte explicou qual será sua função no futebol do São Paulo. Além da entrada dele e da permanência temporária de Raí, Muricy Ramalho foi contratado para ser o novo coordenador técnico. Fernando Bracalle, o Chapecó, atual diretor adjunto, seguirá no cargo em 2021.

– Meu trabalho é interligar Barra Funda, Cotia e Morumbi, sempre do ponto de vista de gestão dos profissionais. Sem profissionais não dá para fazer futebol. Cheguei a ver que falaram que eu entraria no lugar do Raí. Obviamente, não tenho capacitação para isso. O Raí, sim, e há outros profissionais no mercado. Cabe a mim gerir a interligação entre coordenador técnico, diretor executivo profissional e diretor executivo da base – disse Belmonte.

– O que posso dizer é que até fevereiro não vamos trazer ninguém para trabalhar na Barra Funda. Os profissionais estão empregados também e as negociações vão muito nessa linha. Provavelmente (o novo executivo de futebol) só estará aqui no fim de fevereiro, mas pode ser que contrate e não leve ainda para a Barra Funda. Ele faria um trabalho home office. Enquanto o Raí estiver na Barra Funda ele vai responder pelo futebol. Continuamos na análise do mercado para chegar ao melhor nome – acrescentou.

Líder do projeto de basquete profissional do São Paulo, o dirigente sinalizou que pretende investir em ciência do esporte.

– Estou indo para tentar progredir minha visão com o profissionalismo dentro do futebol. Avançar o que já temos para tentar alcançar um novo patamar. Quando falo isso, quero investir muito em ciência do esporte, análise de mercado e análise de desempenho. Ou seja, minimizar possibilidade de erros em contratações, e maximizar acerto através do máximo possível da ciência. Ou seja, de procedimentos que nos levem a errar menos – Belmonte.

– Precisamos ampliar esses departamentos. Claro que o de desempenho está interligado ao que chamamos de análise de mercado, mas acreditamos que é preciso ampliar esses departamentos. É algo importante para buscar oportunidades, por exemplo, de jogadores sul-americanos que começam aparecer. Ou seja, ter um olhar para o mercado sul-americano e interno de outra forma, com muita análise de mercado do que achamos que tem de ser feito. Há um departamento no São Paulo que funciona e trabalha. Acreditamos que deva ser maior, com mais pessoas, e maior divisão de tarefas para buscar oportunidades de mercado – completou.

Da esquerda para direita: os dirigentes Chapecó, Belmonte, Julio Casares, Leco e Raí no CT da Barra Funda — Foto: Rubens Chiri / saopaulofc.net

Da esquerda para direita: os dirigentes Chapecó, Belmonte, Julio Casares, Leco e Raí no CT da Barra Funda — Foto: Rubens Chiri / saopaulofc.net

Questionado sobre se não é incoerente falar em profissionalismo no futebol sendo um conselheiro no departamento, Belmonte respondeu:

– Vou fazer gestão das pessoas. O engano é imaginar que não seja profissional. Sou profissional com muita qualificação na gestão de pessoas há 35 anos. Na rádio “Jovem Pan” fui chefe de reportagem de muitos repórteres qualificados e sou gestor nas minhas empresas. O que não sou é profissional do futebol qualificado para fazer contratações, estar no mercado, e para isso teremos profissionais qualificados. No meu caso cabe analisar se esse trabalho está sendo bem feito ou não. Meu principal caminho é fazer as pessoas do futebol profissional terem harmonia para o São Paulo ter mais resultados.

– Precisa ficar claro: futebol moderno não dá para não ser tocado por quem não é profissional da área. Acabou década de 70, 80 ou 90 com abnegados como eu gerindo futebol. Isso não é mais possível. O mercado hoje exige profissionais. Não dá para imaginar que não seja assim. O que farei é gestão de pessoas, e tenho convicção que minha vida profissional me qualifica para isso. Vou juntar as pessoas e profissionais para ter os melhores resultados possíveis, como os que estão acontecendo agora, mérito de todos que estão lá.

Belmonte, por fim, comentou qual é a ideia na política de contratações, vendas e mercado da bola de olho em 2021.

– O pensamento do presidente Julio Casares e o meu é a manutenção do elenco, continuar investindo na base e contratações apenas pontuais diante das conversas com os responsáveis pela área técnica, seja o Muricy (coordenador técnico), o executivo de futebol, seja o próprio treinador (Fernando Diniz).

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