UOL
André Rocha
A vitória sobre o Goiás lanterna e virtualmente rebaixado, mesmo na Serrinha, era até previsível. Mas por ser o jogo adiado da série de três que faltava com a possibilidade de transformar o time com menos pontos perdidos no líder do Brasileiro de fato ganhou um peso maior. E a resposta do São Paulo de Fernando Diniz foi mais que positiva. Desta vez sem precisar recorrer ao banco para se impor, como nos 3 a 1 sobre o Bahia, ou perdendo desempenho ao longo do tempo e a chance de vitória, como no empate por 1 a 1 com o Ceará.
Não foi um massacre, mas o jogo sempre esteve controlado. Desde o início com marcação adiantada, mobilidade do quarteto ofensivo, a fluência de Reinaldo pela esquerda e a liderança de Daniel Alves na organização. Trabalho facilitado pelo gol de Igor Gomes aos 19 minutos. Recebendo pela direita, embora o posicionamento habitual seja como meia pela esquerda. Com toda liberdade para dominar e finalizar, aproveitando o time goiano muito recuado e o trio de zagueiros afundado na própria área. A equipe mandante só foi concluir na direção da meta de Tiago Volpi no último ataque do primeiro tempo, com virada de Keko.
Pelo excesso de cautela, mas também por conta da concentração defensiva do São Paulo. Com Arboleda na zaga e Juanfran na lateral, jogadores contestados que crescem com a evolução coletiva de uma base titular. Consolidada no ínicio da segunda etapa, em nova inversão dos meias: Gabriel Sara recebeu de Luciano pela esquerda e serviu Brenner para marcar o sétimo gol do atacante no Brasileiro, 18º na temporada.
Diniz teve tempo e respaldo para burilar e encontrar a melhor formação, ou a mais equilibrada. E contar com a competência do departamento médico e da fisiologia para não perder jogadores, mesmo em um calendário insano. O bom momento, a nítida alegria de estar em campo e vencendo também ajudam na administração do desgaste. Assim como o entrosamento e a organização que fazem o São Paulo correr certo.
E dar confiança até para os reservas. Na jogada de Vitor Bueno pela esquerda, Tche Tche serviu Hernanes, o autor do terceiro gol quando o jogo já era administrado em ritmo de treino para dosar as energias e dar minutos às peças mais utilizadas pelo treinador. 3 a 0 para entrar de vez na rota do título brasileiro que não vence desde 2008. Com o simbolismo de uma vitória com autoridade: 60% de posse, 15 finalizações a nove, seis a três no alvo. Tendo algum trabalho no segundo tempo com Rafael Moura se juntando a Fernandão contra Arboleda e Bruno Alves no jogo aéreo. Sem nenhum grande susto, porém.
Porque Luan, definitivamente, é o símbolo da segurança defensiva e da adaptação da proposta de Diniz às necessidades da equipe para se tornar mais competitiva. Protege Daniel Alves e a última linha da retaguarda que desta vez saiu sem ser vazada. Virtudes que fazem o São Paulo chegar e ultrapassar os concorrentes. Agora o desafio é abrir vantagem superando o Botafogo e se manter no topo, especialmente quando chegar a hora de definir a Copa do Brasil, no final do ano. Com o time titular cada vez mais ajustado é possível sonhar com duas taças para encerrar a “seca” desde a Sul-Americana em 2012.
LEIA TAMBÉM:
- Além das 4 linhas – Tá fácil
- São Paulo x Juventude: onde assistir ao vivo, horário e escalações
- Com Lugano, Josué e Mineiro, São Paulo faz produção em Tóquio para o lançamento de novas camisas
- Faro de artilheiro! Luiz Gustavo é o defensor do São Paulo com mais gols no ano
- Entenda por que Zubeldía vem preferindo improvisar a usar Patryck no São Paulo