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Thiago Fernandes
Jonas Toró entrou em campo a um minuto do fim do jogo contra o Atlético-MG, na última quarta-feira (16), e marcou o terceiro gol da vitória por 3 a 0. De volta aos gramados após quase dois meses de inatividade por causa de uma lesão no joelho direito e uma suspeita de Covid-19, o atacante do São Paulo revela que Fernando Diniz foi fundamental para a sua recuperação e celebra o retorno aos campos.
Em entrevista ao UOL Esporte, Toró enalteceu a volta com gol diante de um concorrente direto na briga pelo título do Campeonato Brasileiro. “Para mim, foi um dia muito maravilhoso por tudo o que eu passei antes. A lesão, a suspeita de Covid-19. Pude voltar e ajudar a equipe a conquistar os três pontos. Foi um momento que eu estava esperando, trabalhando bastante, e fui coroado com um gol. Pude ajudar a equipe”.
O problema clínico de Toró ocorreu durante uma atividade no CT da Barra Funda. Com uma lesão no ligamento colateral do joelho direito, o jogador ficou desanimado. Entretanto, as conversas com o técnico Fernando Diniz mudaram a situação. “No momento da lesão, eu tive duas lesões consecutivas. Ele falou para eu ter calma, dizendo que as coisas aconteceriam no tempo certo. Ele disse para eu não abaixar a cabeça. Com esses conselhos, essas palavras, eu pude ficar de cabeça erguida para ajudar a equipe da melhor maneira”, afirmou o atacante.
“Costuma conversar comigo, dar vários conselhos, sempre indicando o caminho certo das coisas, dizendo para não perder o foco. Isso ajuda bastante, tanto fora quanto dentro de campo. Eu tenho que desempenhar o melhor futebol possível para ajudar o São Paulo e ajudar a equipe. Ele já conversou comigo sobre isso, a respeito do interesse de outros clubes. Ele falou que confiava muito em mim e que contava comigo. Isso me ajudou bastante, me deu mais confiança para eu voltar da lesão e voltar à equipe. Por isso, venho trabalhando bastante. Quando aparecer a oportunidade, quero aproveitar da melhor maneira possível”, acrescentou.
No elenco profissional desde o ano passado, Toró já fez 34 jogos pelo time. No período, marcou quatro gols e até despertou o interesse de outros clubes. O Nantes, da França, monitora a situação do garoto. Revelado no CT de Cotia, o atacante se destacava pelo número de gols – foi artilheiro da Copa São Paulo e da Future Cup. “Dos campeonatos que disputei na base, a maioria eu era artilheiro, fazia muitos gols. Eu tentei trazer isso para o time profissional. Eu fui artilheiro sempre, sempre fiz muitos gols. Eu gosto de dar assistências e gols, gosto de decidir. Tendo os dois em mente, vou ajudar bastante tanto com assistência quanto com gols”, comentou.
Em entrevista ao UOL Esporte, Jonas Toró ainda falou sobre outros assuntos. Ele explicou a cobrança que os jogadores da base do São Paulo sofrem, revelou qual a sua função predileta em campo e destacou os sonhos pelo clube:
Pressão de subir para o profissional “Eu acho que, pelo fato de o São Paulo revelar muitos jogadores, a safra da base é muito boa, a gente sobe com isso. Eu procurei lapidar da melhor maneira para quando eu subir não ficar com isso na cabeça. Procurei sempre o meu melhor, sempre ajudar o São Paulo. Desde a base, a gente conquista muitos títulos. Quando a gente sobe, o pensamento não é diferente. Tanto eu quanto os jogadores que subiram, a gente sabe lidar com a pressão do profissional e subir como joia. Para nós, é um privilégio ter isso no São Paulo”.
Chegada ao São Paulo “Eu cheguei ao São Paulo em março de 2017, vim do Primavera, onde me destaquei bastante. Eu fui contratado por empréstimo por dois anos. Com meu rendimento na base, fazendo muitos gols, eu tive 50% dos meus direitos comprados pelo São Paulo. Quando eu cheguei, fui muito bem acolhido por todos os jogadores da base. Todos me receberam bem, isso me ajudou bastante a desempenhar meu futebol”.
Função predileta em campo “Gosto bastante de atuar pela ponta esquerda, onde já joguei várias vezes. Gosto muito de jogar ali, mas já joguei na ponta direita e de centroavante também. Não teria problema, porque eu já atuei. Fiz essa função na base e no profissional. Não vejo problema nisso, um jogador tem que fazer várias funções. Eu posso atuar como ponta direita, centroavante ou ponta esquerda. Eu sempre joguei na ponta esquerda e na ponta direita também, como centroavante também. Onde me colocar e eu puder ajudar de alguma forma, eu vou estar preparado”.
Convocações para seleções de base “Eu tive várias convocações para a seleção. A gente foi para o Sul-Americano, foi um momento maravilhoso, pude ser convocado pela seleção brasileira. A gente não foi muito bem, mas levei como um aprendizado para a minha carreira. Eu aprendi bastante com outras pessoas, levei como aprendizado para a carreira”.
Seleção brasileira e Jogos Olímpicos “Eu tenho sonho de chegar à seleção brasileira principal e jogar na Europa. Para mim, é uma coisa diferente que a gente tem. Eu procuro trabalhar bastante para poder realizar esse sonho que eu tenho. É um desejo, mas primeiro tenho que estar bem aqui no São Paulo, porque eu estando bem, as coisas acontecem naturalmente. Aí posso pensar em Olimpíada. Tenho que estar preparado aqui, mostrar o meu valor. Na hora certa, quando tudo estiver bem, vai aparecer a seleção brasileira”.
Origem do apelido Toró “Eu ganhei esse apelido desde pequeno, quando eu jogava na minha cidade e me achavam parecido com o Toró, do Flamengo. Todo mundo me chamava assim, até que pegou, eu vim para o São Paulo e continua comigo até hoje”.
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