GloboEsporte
Eduardo Rodrigues
Tricolor tem dificuldade para entrar nas defesas adversárias e aposta no “tudo ou nada”.
Quando o São Paulo viveu seu pior momento na temporada, com pressão devido às eliminações precoces no Campeonato Paulista e na Libertadores, o time tinha o costume de jogar sempre em seu limite. Não importasse o adversário, a dificuldade na partida obrigava Diniz a tirar um zagueiro e colocar um atacante para tentar reagir.
Depois de um momento de estabilidade, com um time sólido que conseguia chegar com facilidade ao gol adversário, o São Paulo revive aquele momento de jogar novamente em seu limite.
Em três jogos em 2021, nenhuma vitória, e um futebol ruim. De quebra, vê a vantagem na liderança do Brasileirão diminuir cada vez mais.
No empate diante do Athletico, no último domingo, em Curitiba, a equipe comandada por Fernando Diniz fez um primeiro tempo irreconhecível, principalmente no ataque, e sofreu o gol em um dos únicos erros que cometeu na defesa.
Aos 38 minutos de jogo, Gabriel Sara errou um passe no meio de campo, Nikão recuperou a bola e armou um contra-ataque perfeito até os pés de Renato Kayzer.
Fernando Dini, do São Paulo, em partida contra o Athletico — Foto: Geraldo Bubniak / Estadão Conteúdo
Após o gol do Athletico, Diniz foi flagrado diversas vezes pelas câmeras da Globo com um semblante preocupado. Ele tinha a consciência de que nada estava dando certo no time.
No intervalo, então, o torcedor são-paulino reviveu um filme não tão antigo: o São Paulo voltava para o segundo tempo para jogar no limite. Saiu o zagueiro Bruno Alves e entrou o meia-atacante Vitor Bueno. A ideia era sufocar o adversário e ter cuidado com os contra-ataques.
A mudança surtiu efeito, e o Tricolor melhorou. Muito mais ligado no jogo e com presença de ataque, a equipe chegou ao gol de empate aos 15 minutos, em chute de fora da área de Tchê Tchê.
– O rendimento melhorou no segundo tempo. O jogo estava travado no primeiro, jogamos abaixo. É um time difícil de se jogar aqui. Tivemos mais a bola, mas eles colocaram as linhas próximas. No segundo tempo, um pouco com as mudanças e a mudança tática, conseguimos jogar mais entre as linhas e com as bolas longas. No segundo tempo estivemos mais próximos de ganhar do que o Athletico – afirmou Fernando Diniz em entrevista coletiva.
Precisando dos três pontos, esperar o Athletico não era uma alternativa, e o São Paulo seguiu no ataque. Isso fez com que os espaços se abrissem na defesa. Na mesma proporção que o Tricolor chegava, o time paranaense respondia. Volpi fez linda defesa em chute de Christian.
Daniel Alves, do São Paulo, em jogo contra o Athletico — Foto: Matheus Sebenello/NeoPhoto
Aos 36 minutos, mais um atacante em campo. Gonzalo Carneiro entrou na vaga do meia Gabriel Sara, e a bola aérea passou a ser a melhor alternativa. O jogador teve a chance, aos 49 minutos, mas cabeceou para fora e não evitou que o São Paulo voltasse para casa com apenas um ponto.
A gordura de sete pontos conquistada na liderança do Brasileirão no final de 2020 acabou. A equipe precisará reencontrar seu momento de estabilidade na competição enquanto é tempo.
O jogo da próxima quarta-feira, às 21h30, no Morumbi, diante do Internacional, vai ser a maior prova de que esse São Paulo ainda é capaz de conquistar o título do Brasileirão. Vencer significa elevar o moral diante de um postulante à taça, que está agora a apenas um ponto de distância.
A derrota, no entanto, representaria a perda de liderança e uma ducha de água fria no time que chegou a ser considerado o melhor do Brasil em um passado não tão distante.
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