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Rodrigo Coutinho
Já são quatro jogos sem vitória, eliminação na semifinal da Copa do Brasil e a liderança do Brasileiro seriamente ameaçada a poucas rodadas do fim. O São Paulo vive um momento ruim e, não por coincidência, esteve impossibilitado de escalar o atacante Luciano nestes jogos. Ele faz a diferença dentro da proposta do técnico Fernando Diniz. Entenda. O comandante são-paulino é adepto da liberdade de movimentação a basicamente todos os seus jogadores quando o Tricolor está em fase ofensiva. Luciano, na teoria, é o atacante ao lado de Brenner, aquele que tem a incumbência de se mexer pela intermediária rival, enquanto o camisa 30 fica mais restrito aos metros finais do campo. E essa leitura de Luciano é determinante para o funcionamento do time.
Uma das principais premissas de jogo de Diniz é gerar superioridade no setor da bola. Por isso a liberdade de movimentação. Ter mais atletas que o adversário e gerar as linhas de passes curtos em cada zona do gramado possibilita ao São Paulo progredir com ela de pé em pé. É por isso que muitas vezes vemos Gabriel Sara, Igor Gomes ou o próprio Luciano dentro da área defensiva numa saída de bola. Isso varia de acordo com a altura do bloco de marcação do adversário.
Superar este cenário e ganhar metros no campo requer qualidade no passe, no controle de bola, domínios orientados para dar prosseguimento às jogadas, e leitura de espaços para o posicionamento correto. O camisa 11 possui isso. Aos 27 anos parece alcançar a maturidade como atleta e agregou valores importantes a seu jogo recentemente. Sempre foi um atacante de bom nível, mas jamais havia atuado neste patamar.
A confiança que ganhou ao voltar a trabalhar com Diniz também não pode ser posta de lado. Com o treinador já havia tido bons momentos no Fluminense, e teve sua contratação solicitada para o São Paulo. Mas será que Pablo não pode repetir o que Luciano faz? Difícil. São jogadores diferentes. Se em janeiro de 2020 fosse feita uma pergunta a cada um dos 20 clubes da Série do Brasileirão: qual é a melhor opção para o seu elenco, Luciano ou Pablo? Certamente a maioria iria na segunda opção.
No atual contexto do Tricolor, Pablo até poderia ser mais útil. Não tem a mesma mobilidade e drible curto de Luciano, mas também sabe se ”associar” com os companheiros fora da área. A questão passa muito pela confiança também. O camisa 9 não vem conseguindo dar a resposta em campo, cumprir a função pedida por Diniz, é um pouco mais pesado, não está tão confiante, e acaba preterido por jogadores de meio-campo quando o titular não joga.
Como quase tudo no futebol, pouca coisa se explica por apenas um fator. O São Paulo alcançou tal nível no Brasileirão 2020 pela sequência de trabalho de Diniz e o encaixe específico de características de um ”onze inicial”. A partir do momento que essa estrutura foi mexida por lesões e suspensões, houve a natural queda de produção. É por isso que ter Luciano de volta nesta reta final será determinante para buscar o hepta nacional.
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