GloboEsporte
Leonardo Lourenço
Explosivos foram encontrados no local onde ônibus da equipe foi atacado no fim de semana.
Um dos torcedores do São Paulo presos no sábado após o ataque ao ônibus da equipe pouco antes do jogo contra o Coritiba, no Morumbi, já tinha sido condenado por transportar bombas caseiras para uma partida da equipe em 2017.
Lucas Henrique Dias de Souza foi uma das 14 pessoas presas por atirar pedras e outros objetos no veículo que levava a delegação do São Paulo para o duelo pela 32ª rodada do Brasileiro. O ônibus foi danificado, mas não houve feridos.
No local onde houve o ataque, próximo à ponte Eusébio Matoso, a polícia encontrou um saco plástico com quatro bombas caseiras que precisaram ser destruídas pelo Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais) da Polícia Militar – os artefatos eram semelhantes aos que foram apreendidos quatro anos antes com Souza.
Ônibus do São Paulo foi apedrejado por torcedores — Foto: Reprodução
De acordo com depoimento de um tenente da PM que atua no Esquadrão de Bombas, três explosivos eram feitos com pólvora e bolas de bilhar, e outro com pólvora e bolas de gude – as bolas se tornam projéteis com as explosões da pólvora.
Em novembro de 2017, Souza e outras duas pessoas foram presas em Barueri com dez bombas formadas por pólvora, bolas de bilhar e pedras. Eles estavam a caminho do Pacaembu para um jogo do São Paulo contra o Botafogo e foram interceptados por uma equipe da guarda municipal local que estranhou o nervosismo do motorista.
Souza foi condenado em fevereiro de 2019 a quatro anos de prisão, transformados em prestação de serviços à comunidade e obrigação de comparecer a uma delegacia de polícia 15 minutos antes de jogos do São Paulo – medida que está suspensa no Estado por causa da pandemia de Covid-19.
Dos 14 torcedores presos no sábado, nove foram liberados para responder ao processo em liberdade com medidas cautelares – que incluem a obrigação de manterem distância de pelo menos 500 metros de estádios de futebol.
Os outros cinco presos, entre eles Souza, foram mantidos em prisão preventiva. Todos eles têm passagem pela polícia, quatro relacionados a crimes previstos no Estatuto do Torcedor, argumento da juíza Vivian Brenner De Oliveira para mantê-los na cadeia.
O caso será agora investigado pela polícia civil para a individualização das condutas. Ainda não há indicação de quem era o responsável pelas bombas encontradas no sábado.
Afastamento dos estádios
O Ministério Público pediu à Justiça que a Torcida Independente, maior organizada do São Paulo, seja afastada dos estádios por cincos anos, como previsto no Estatuto do Torcedor. A informação foi publicada no Blog do Perrone, no UOL, e confirmada pelo ge.
O pedido não foi apreciado no plantão judicial e será reforçado ao juiz que assumir o caso no Jecrim (Juizado Especial Criminal). O promotor Roberto Bacal também pedirá que a Federação Paulista proíba a presença da Independente nos estádios paulistas.
No sábado, a polícia apreendeu o telefone de Bruno Silva Arcanjo, um diretor da Independente que não estava no local do ataque, mas próximo ao Morumbi. Ele teria sido citado pelos presos como responsável pelo plano em conversas ouvidas pelos policiais.
Arcanjo foi à delegacia e prestou depoimento. Ele é investigado, mas negou participação no ato. A Torcida Independente afirma não ter relação com o ataque e se comprometeu a punir os envolvidos que sejam sócios da organização.
Responsável pela defesa de 13 dos acusados, entre eles Souza, o advogado Renan Bohus afirmou que todos negam serem os donos das bombas apreendidas no local, assim como de barras de ferro localizadas pela polícia.
Bohus acionou o STJ (Superior Tribunal de Justiça), em Brasília, para que seja concedido um habeas corpus aos cinco torcedores mantidos presos. Ele alega que as prisões são ilegais.
O São Paulo empatou com o Coritiba no último sábado e se afastou do Internacional na briga pelo título do Campeonato Brasileiro. A equipe do Morumbi perdeu três dos últimos cinco jogos, o que causou protestos de torcedores. No domingo, enfrenta o Atlético-GO, em Goiás.
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