Dívidas, críticas e saída de Diniz marcam momento de baixa de Daniel Alves no São Paulo

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GloboEsporte

Camisa 10, em um dos piores momentos no clube, e viu o treinador que ele pediu se despedir.

A demissão de Fernando Diniz na última segunda-feira foi mais uma derrocada de Daniel Alves no São Paulo. O jogador foi um dos principais articuladores para a contratação do treinador, em setembro de 2019.

Com Fernando Diniz, Daniel Alves virou um titular intocável, substituído apenas por lesão ou quando precisava ser poupado para uma próxima partida importante. Mesmo nos piores momentos técnicos, o camisa 10 permanecia em campo.

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O fato passou a incomodar parte da torcida, e os pedidos de saída de Daniel Alves do time titular se tornaram comuns a cada novo jogo ruim do atleta. Quando questionado sobre a insistência no meia, Fernando Diniz sempre o defendia nas entrevistas coletivas.

Fernando Diniz e Daniel Alves no São Paulo — Foto: Rubens Chiri / saopaulofc.net

Fernando Diniz e Daniel Alves no São Paulo — Foto: Rubens Chiri / saopaulofc.net

A defesa era recíproca. Na última entrevista coletiva de Daniel Alves, ele elencou o trabalho de Diniz no São Paulo como “espetacular” e disse que os jogadores amavam o treinador.

Nada disso, porém, adiantou. Daniel Alves não conseguiu ajudar na manutenção de Fernando Diniz no clube. O camisa 10 continuou demonstrando um futebol muito aquém do esperado e não assumiu a responsabilidade de capitão dentro de campo. Mesmo com ele entre os titulares, o São Paulo acumulou sete jogos sem vencer e perdeu a liderança do Campeonato Brasileiro.

Sem Fernando Diniz no comando, Daniel Alves pode perder força no elenco. O São Paulo ainda não definiu o novo treinador, mas desta vez o camisa 10 não terá voz ativa na escolha de um nome. Essa função será exclusiva da diretoria, composta por Julio Casares, Rui Costa, Carlos Belmonte e Muricy Ramalho.

Dívidas

O São Paulo também se preocupa com as dívidas com Daniel Alves. Embora o clube não tenha precisado pagar pela transferência, já que ele era um jogador livre no mercado, o vencimento acordado foi de R$ 1,5 milhão mensais em média.

Neste valor, estão somados salários, luvas, bônus e direitos de imagem do início ao fim do contrato (agosto de 2019 a dezembro de 2022). O clube não considera esse valor definitivo porque, caso consiga parceiros, o número cai.

Daniel Alves em jogo do São Paulo — Foto: Rubens Chiri / saopaulofc.net

Daniel Alves em jogo do São Paulo — Foto: Rubens Chiri / saopaulofc.net

No entanto, quase um ano e meio depois da contratação de Daniel Alves, o São Paulo não conseguiu nenhum parceiro para ajudar nos pagamentos. Durante a pandemia do novo coronavírus, o camisa 10 foi um dos que ajudou na articulação das conversas com os jogadores para que todos aceitassem o corte de 50% dos salários.

De acordo com o próprio jogador em uma entrevista em agosto do ano passado, seu “pacote” salarial teve um acordo realizado, ele entendeu a situação vivida pelo clube e acatou as condições propostas. A dívida, não divulgada pelo São Paulo, é milionária.

Como não conseguiu tais parceiros para a ajuda financeira, o São Paulo contava com a venda de produtos licenciados explorando a imagem do jogador. Além disso, havia a expectativa de um crescimento no número de sócios-torcedores com o “fator Dani”.

O que se viu nesse período, porém, foram poucas ativações de produtos com o nome e a imagem de Daniel Alves As camisas, que sempre contaram com Daniel Alves como garoto propaganda, não tiveram o número de vendas divulgado.

Já o aumento dos sócios não foi o esperado – o clube citou um acréscimo de 7 mil associados depois da chegada do reforço, em agosto do ano passado, mas, com a pandemia, o plano foi prejudicado.

O novo presidente do São Paulo, Julio Casares, afirmou em entrevistas que a diminuição da dívida do clube, que já chega perto de R$ 600 milhões, será uma das prioridades da gestão. A busca por um novo treinador, por exemplo, está atrelada à questão financeira.

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