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Leonardo Lourenço
Pela primeira vez um clube assiste o MP em ação penal contra seus próprios torcedores.
O juiz José Fernando Steinberg, do Anexo de Defesa do Torcedor do Tribunal de Justiça de São Paulo, aceitou pedido do São Paulo e transformou o clube em assistente de acusação na ação penal em que são processados 15 torcedores pelo ataque ao ônibus do time pouco antes da partida contra o Coritiba, no final de janeiro.
A decisão faz do São Paulo o primeiro clube a atuar como parte de acusação em um processo criminal contra seus próprios torcedores. A decisão foi corroborada pelo Ministério Público.
O pedido foi feito no último dia 11 de fevereiro, e a decisão foi publicada nesta terça-feira.
Ônibus do São Paulo foi apedrejado por torcedores — Foto: Reprodução
Ao entrar no processo, o São Paulo apresentou relatórios do Esquadrão de Bombas do Gate (Grupos de Ações Táticas Especiais) da Polícia Militar Paulista e pediu que a denúncia que já tinha sido apresentada pelo Ministério Público incluísse mais dois crimes, o de explosão e o de guarda de explosivos sem autorização.
O promotor Roberto Bacal aditou a denúncia apresentada anteriormente, em que já constavam cinco crimes (associação criminosa, dano qualificado, resistência, lesão corporal e por promoverem tumulto em evento esportivo) e incluiu os dois apontados pelo São Paulo.
O clube também chegou a sugerir que fosse revogada uma decisão que decretou a liberdade provisória de cinco homens que estavam presos – outros nove já tinham sido liberados no dia seguinte ao episódio –, mas a Justiça manteve a soltura.
Ônibus da delegação do São Paulo foi apedrejado a caminho do Morumbi — Foto: Marcos Ribolli
Steinberg determinou também que os 15 homens sejam citados para que apresentem defesa preliminar antes de decidir se receberá ou não a denúncia.
O ônibus do São Paulo foi atacado com pedras e rojões no caminho para o Morumbi pouco antes do jogo contra o Coritiba – na rodada anterior, o time tinha sido goleado em casa por 5 a 1 pelo Internacional, quando perdeu a liderança do Brasileiro.
Catorze pessoas foram presas em flagrante. A polícia ainda apreendeu pedras, barras de ferro e quatro explosivos não utilizados. Além desses torcedores, um membro da Torcida Independente, a maior organizada do São Paulo, está sendo processado por supostamente ter tramado a ação.
A polícia civil acompanha o caso. Há, entre investigadores, a suspeita de que um funcionário do São Paulo tenha revelado aos torcedores a rota que o ônibus faria até o estádio – o caminho utilizado era incomum nos deslocamentos da delegação, e o trajeto foi escolhido pouco antes da saída dos jogadores do CT da Barra Funda.
A investigação, porém, não caminhou. Espera-se pela autorização da quebra de sigilo dos telefones celulares que foram apreendidos com os torcedores presos na expectativa de que se torne mais claro como foi planejado o ataque.
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