Ricardo Rocha: Não teve jogo, seria injusto São Paulo ou Palmeiras ganharem

56

UOL

São Paulo e Palmeiras fizeram um clássico de poucos bons momentos no estádio do Morumbi e o time comandado pelo interino Marcos Vizolli ainda viu acabar a pequena chance que tinha de seguir na luta pelo título do Brasileirão ao sofrer o gol no final e ficar no 1 a 1 com o rival, que teve um Abel Ferreira muito irritado com as marcações da arbitragem, como o pênalti após toque de mão do lateral Mayke dentro da área.

No Fim de Papo, live pós-rodada do UOL Esporte —com Isabela Labate, Ricardo Rocha, Ricardo Perrone e Menon— os detalhes do clássico são analisados: a forma como o Palmeiras voltou a ter pouca criatividade no meio de campo e a maneira como o São Paulo jogou, sem atacar como se poderia esperar por ainda ter entrado em campo com chances de títulos.

O ex-zagueiro Ricardo Rocha chama a atenção para a falta de grandes oportunidades no jogo e afirma que o resultado acabou sendo mais condizente com o que foi o jogo, mesmo com o gol palmeirense tendo saído apenas nos acréscimos. “Bom, na realidade, não houve jogo. Você espera um jogo mais técnico, até pelas escalações das duas equipes, eu esperava um jogo melhor. Correram muito, lutaram muito, agora o jogo técnico dentro do campo zero. Eu não gostei do que vi”, afirma o ex-jogador.

Publicidade

“[Para] O São Paulo era a única chance de ainda ter essa esperança de título com a vitória. Praticamente não pressionou, teve uma jogada no primeiro tempo com o Igor Gomes no final, a matada no peito e o chute, teve o pênalti e nada mais, e o Palmeiras a mesma coisa, muito pouco”, completa. O comentarista afirma que as escalações indicavam que poderia ser um jogo melhor tecnicamente, mas dentro de campo teve luta, correria, mas pouca qualidade de jogo.

“Eu esperava essas equipes com uma criação melhor e eu sempre espero muito mais do Palmeiras, pelo elenco que tem, pelos jogadores que tem e, mais uma vez, para mim, decepcionou. É como eu te falei, os jogadores correram, lutaram bastante, mas você espera sempre mais e esse resultado foi justíssimo. Era injusto o São Paulo ganhar, como era injusto também o Palmeiras ganhar”, afirma Rocha. Ricardo Perrone concorda em relação à sobra de disposição e falta de qualidade no jogo e lamenta pelo torcedor que pagou para acompanhar um jogo na TV e não teve muito a se animar com o que viu.

“É mais um jogo que não falta disposição. Os caras estão em uma temporada super difícil, calendário espremido, mas disposição não falta, todo mundo entra para marcar, correr, só que falta habilidade. Quem é que dá aquele drible para quebrar a linha? Falta profundidade. Às vezes, a gente tem a impressão, e eu acho que [teve] um pouco [disso] nesse jogo, que os caras ficam muito preocupados, com muito medo de tentar um drible, quebrar uma linha, perder a bola, tomar o contra-ataque, tomar o gol e levar a bronca”, diz Perrone.

“Senti falta dessa agressividade, principalmente pelo lado do São Paulo porque, uma coisa interessante, [se] você olhava o jogo sem saber da classificação na tabela, você não sabia que tinha um time ali que ainda tinha chance, ainda que remota, de ser campeão. Normalmente, quando você põe para jogar um time que pode ser campeão com um time que não briga pelo título, você viu a diferença, você logo saca ‘esses caras estão com fome, esses caras são os caras que querem o título’, e você não via isso no São Paulo. Mas não é por falta de luta, é falta de atenção, falta de ousadia, de uma coisa irritante no futebol brasileiro, a decisão errada, e com tudo isso, a gente terminou o primeiro tempo sem nenhuma finalização certa”, conclui.

O Fim de Papo volta a ser apresentado neste domingo, às 18h, logo após o jogo entre Flamengo e Internacional no Maracanã, com a apresentação de Isabela Labate e os comentários de Renato Maurício Prado, Rodrigo Mattos e Menon.

LEIA TAMBÉM:

3 COMENTÁRIOS