Diretor do São Paulo explica dívida de R$ 10 milhões com Daniel Alves e diz: “Recebeu menos do que jogador mediano”

466

GloboEsporte

Leonardo Lourenço e Marcelo Hazan

Carlos Belmonte admite atraso, mas vê meia disposto a continuar no clube.

O São Paulo deve em torno de R$ 10 milhões a Daniel Alves por valores pendentes de 2020, segundo o diretor de futebol do clube, Carlos Belmonte.

Publicidade

Inicialmente, o São Paulo tenta quitar uma parte dessa dívida antiga numa negociação e pensa em alongar o débito previsto para 2021 por mais tempo. Renovar e estender o contrato do atleta, que termina no fim de 2022, para diluir os valores pendentes é uma possibilidade na mesa.

Diante da dívida, uma parte do dinheiro da venda de Brenner ao FC Cincinnati, dos Estados Unidos, também pode ser usada para abater os valores.

Daniel Alves em treino do São Paulo — Foto: Fellipe Lucena / saopaulofc.net

Daniel Alves em treino do São Paulo — Foto: Fellipe Lucena / saopaulofc.net

Belmonte elogiou a postura de Daniel Alves e disse que a soma dos valores recebidos de fato pelo jogador até agora no São Paulo em salários e direitos de imagem está longe da de um atleta do seu nível.

– O que ele recebeu até agora do São Paulo é menos do que um jogador mediano. Isso precisa ficar claro, senão daqui a pouco sai aqui e ali que o Daniel é mercenário. Muito pelo contrário. O que ele recebeu do contrato até agora é menos do que recebem jogadores que não têm nem perto do destaque dele. E basta acompanhar para ver o quanto o Daniel se entrega. A gente tem que buscar o entendimento. Não será fácil, mas acho que é possível e que todo mundo está buscando esse entendimento – disse o dirigente, em entrevista exclusiva ao ge.

– Gosto de falar isso para aumentar ainda mais o respeito pelo comportamento do Daniel Alves. É o primeiro a chegar, último a sair, está o tempo inteiro se dedicando. Em nenhum momento criou qualquer situação em razão disso. Cabe ao São Paulo, que é quem deve, buscar as soluções para resolver.

Presidente Julio Casares e o diretor de futebol Carlos Belmonte, do São Paulo — Foto: Erico Leonan / saopaulofc.net

Presidente Julio Casares e o diretor de futebol Carlos Belmonte, do São Paulo — Foto: Erico Leonan / saopaulofc.net

Belmonte evitou falar em renegociação de valores, mas sim no formato de pagamento a Daniel Alves. O dirigente ressaltou que o São Paulo precisa contar com a anuência do meia para ter um acordo.

– Tivemos uma conversa com Daniel Alves. Ele tem desejo de continuar no São Paulo, a gente deseja que ele continue aqui, e é tentar ajustar da melhor forma possível esses pagamentos. Se não for possível, aí a gente conversa num outro formado. Mas, nesse momento, sinto desejo de o Daniel continuar aqui. Ele se empenha muito no dia a dia. A gente vai acabar, em algum momento, ajustando, para que fique bom para as duas partes – disse.

– Sempre vai ser melhor para o São Paulo ajustar do que para o Daniel. Ele tem o direito, está em contrato. Se a gente ajustar, é o Daniel que está abrindo mão numa conversa de a gente alongar um pouco mais para que ele continue aqui. Tem que ficar muito claro. A gente tem que contar com a boa vontade do Daniel, que tem tido muito boa vontade no dia a dia com a gente.

O dirigente afirmou que o projeto de marketing idealizado pela diretoria de futebol da gestão do ex-presidente Leco não funcionou por diversos fatores, entre os quais ele aponta a pandemia de Covid-19 como o principal.

Diante da sinalização do camisa 10 de que quer continuar no São Paulo, o clube tenta buscar soluções conjuntas com o jogador titular do time de Hernán Crespo.

LEIA TAMBÉM:

5 COMENTÁRIOS