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Thiago Fernandes
O São Paulo inicia conversas com os atletas a fim de reajustar o acordo estabelecido pela antiga diretoria, de Carlos Augusto Barros e Silva, o Leco, para pagamento de parte dos salários de 2020. O clube cortou um percentual da remuneração dos atletas no ano passado, logo no início da pandemia do novo coronavírus, e se comprometeu a pagá-lo mensalmente entre março e dezembro de 2021. Em meio a uma grave crise financeira — a dívida estimada é de R$ 580 milhões —, a atual gestão vê dificuldades para quitar os valores. Por isso, se dispõe a renegociar prazos com os jogadores.
A intenção do departamento financeiro e do presidente Julio Casares é utilizar valores das vendas de atletas no mercado da bola, como as negociações de Gabriel Novaes e Helinho para o Red Bull Bragantino, dos acordos com futuros patrocinadores — a ideia é arrecadar cerca de R$ 35 milhões desta forma — e a premiação de torneios em 2021 para pagar o débito com todo o grupo. O formato estabelecido no acordo feito pela gestão anterior será discutido entre o departamento de futebol e os atletas. Agentes e advogados dos jogadores também serão colocados no circuito para o debate sobre a questão econômica.
O diretor de futebol Carlos Belmonte Sobrinho foi procurado por lideranças do elenco na última quinta-feira (8), como Tiago Volpi, Miranda, Bruno Alves, Daniel Alves e Pablo, por causa da divulgação da notícia que alguns atletas já haviam recebido o montante e explicou a situação econômica no Morumbi em uma reunião informal no CT da Barra Funda. Ele ainda conversará com todo o elenco ao lado do mandatário Julio Casares e do executivo de futebol Rui Costa nos próximos dias a fim de detalhar a situação financeira do clube para evitar novos ruídos internos.
Ainda na gestão do ex-presidente Leco, o Tricolor paulista conseguiu acertar, entre outros pontos, o parcelamento em 12 vezes de 50% da remuneração na CLT (Consolidações das Leis Trabalhistas) de julho a dezembro de 2020 dos atletas. Parte dos direitos de imagem do grupo foi suspenso no mesmo período. O clube divide a imagem entre depósitos mensais fixos e pagamentos chamados de “valorização da imagem”, geralmente trimestrais, em que está a maior parte dos vencimentos dos jogadores — é neste valor que houve a suspensão.
Em que pese a dificuldade para quitar compromissos do ano passado, a diretoria trabalha para manter as contas de 2021 em dia. O São Paulo pagou os salários na CLT referentes aos três primeiros meses de 2021 em dia. A cúpula também já solicitou a emissão de nota fiscal para quitar os valores dos direitos de imagem do plantel. O montante deve ser pago até 20 de abril. A proposta orçamentária do Tricolor paulista para a temporada já previa o pagamento de dívidas passadas e também da atual folha salarial em 2021. O clube, contudo, aguarda a entrada de receitas para se acertar com o plantel.
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