A história das decisões de Paulistas entre São Paulo e Palmeiras, da virada de Aquiles ao voo de Cafu

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GloboEsporte

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Em 1950, Palmeiras virou em três rodadas. Em 1992, Cafu voou para deixar Raí na cara do gol.

“O Palestra morreu líder e o Palmeiras nasceu campeão” é uma frase da história da mudança de nome do Palestra Itália e que explica por que o eterno goleiro Oberdan Catani morreu dizendo que o Corinthians é adversário e o São Paulo, inimigo. Nos meses que antecederam o primeiro jogo do Palmeiras com seu nome atual, os são-paulinos quiseram tomar o Parque Antarctica e os italianos dos bairros de Perdizes e Pompeia faziam barricadas nas madrugadas, para evitarem a invasão.

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Em 20 de setembro de 1942, o Palmeiras fez 3 x 1 sobre o São Paulo. Ganhava por 2 x 1 , quando Virgílio cometeu pênalti em Og Moreira. Sem aceitar a decisão, o São Paulo saiu de campo e o pênalti, autorizado, foi convertido. Os 3 x 1 deram o troféu ao time do Parque Antarctica.

Na história, houve oito decisões e só uma final. O Palmeiras venceu cinco vezes nos confrontos decisivos em que um dos dois poderia sair de campo com o título e também na decisão do Campeonato Brasileiro de 1973. O São Paulo venceu três vezes. A final mais famosa dos tempos antigos é o jogo da lama, com foto de Jair Rosa Pinto pilhando seus colegas para buscar a vitória no segundo tempo.

A chuva castigou o Pacaembu e o Palmeiras empatou, gol de Aquiles, resultado que lhe deu o troféu de 1950, depois de ter ficado três pontos atrás do líder, faltando três rodadas para terminar o torneio.

Do título perdido ao troféu palmeirense.

O São Paulo foi campeão contra o Palmeiras em 1943, 1971 e 1992, o Palmeiras em 1933, 1940, 1942, 1950 e 1972.

Levando em conta que fosse exatamente uma final, finalíssima mesmo, destas que têm dois jogos, não apenas a última rodada que vale troféu, então o São Paulo venceu a única. Em 1992, em duas partidas, bem no período do primeiro mundial são-paulino.

O São Paulo era mais time, o Palmeiras vivia os primeiros seis meses da era Parmalat, mas a equipe de Cuca, Zinho, Evair e César Sampaio ainda era incipiente. O São Paulo, de Telê Santana, já havia enterrado a fama de pé-frio do treinador, conquistado o Brasileiro e o Paulista de 1991, a Libertadores de 1992.

No primeiro jogo, num sábado, 5 de dezembro, fez 4 x 2, com três gols de Raí e um caso raro, em que o melhor em campo não marcou e, unanimemente, foi eleito o destaque: Cafu. Ele quase voou para apanhar de cabeça um cruzamento de Ronaldo Luís e gerar o segundo gol de Raí. Daquela partida, o São Paulo partiu diretamente para o aeroporto de Guarulhos e, de lá, para o Japão. No domingo seguinte, ganhou o Mundial.

Em 1992, melhores momentos de São Paulo 2 x 1 Palmeiras, pela final do Campeonato Paulista

Na chegada de volta a Cumbica, a torcida recebeu a delegação em carro do corpo de bombeiros e gritava: “Chora Porco imundo, o Tricolor é campeão do mundo!” Mais uma semana e o São Paulo ganhou por 2 x 1.

Era um timaço.

Aquela finalíssima é inesquecível. No geral, o Palmeiras leva vantagem no histórico das decisões. Hoje à noite, mais um capítulo.

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