GloboEsporte
José Edgar de Matos
Em apenas 10 partidas, time sofre 13 gols, mesma marca dos 21 primeiros duelos da temporada.
O sistema defensivo do São Paulo inegavelmente surgiu como fator fundamental para o sucesso imediato de Hernán Crespo, que, em três meses, consagrou-se campeão paulista e encerrou um jejum de quase nove anos sem títulos no clube. Um mês depois, o cenário se revirou em 180º, e o gol do Ceará no empate por 1 a 1, neste domingo, simboliza o atual momento e a pior sequência do trabalho.
Desorganizado, o São Paulo viu Tiago Volpi fazer três defesas no espaço de apenas oito segundos, duas delas dentro da área. Ainda assim, no nono segundo, Jorginho aproveitou rebote livre para balançar as redes tricolores. Não havia marcação, não havia combate. O resultado desta sequência? O time tricolor segue sem vencer no Brasileirão, depois de sete rodadas.
O São Paulo atingiu o quinto jogo consecutivo sem vitórias, marca negativa inédita no atual trabalho da comissão técnica. Neste período, o sistema defensivo derreteu. São sete gols sofridos, média acima de 1 por partida na pior fase vivida pelos comandantes argentinos no clube do Morumbi.
Coletivamente, a defesa do São Paulo caiu de rendimento após o título paulista — Foto: Rubens Chiri / saopaulofc.net
O retrospecto ruim vem diante da ausência de duas peças neste sistema. Miranda saiu lesionado na derrota para o Atlético-MG, que abre a sequência negativa, enquanto Arboleda está desde o início do mês a serviço da seleção equatoriana na disputa da Copa América.
Ao mesmo tempo, a comissão técnica ainda não encontrou soluções para essa fragilidade evidente, gerada pelos dois desfalques, mas registrada antes mesmo das perdas de Miranda e Arboleda. Desde o título do Paulistão, a equipe perdeu a segurança defensiva.
Até a vitória decisiva contra o Palmeiras, o São Paulo tinha jogado 21 partidas e sofrido apenas 13 gols. Desde então são 10 partidas e os mesmos 13 gols sofridos. Preocupante para uma equipe que quer brigar em cima, mas começa o Brasileiro na parte mais baixa da tabela.
Veja a entrevista coletiva de Juan Branda, auxiliar técnico do São Paulo, após o empate co
O que deu certo
O poder de reação do São Paulo, depois de um primeiro tempo ruim, acabou sendo o grande destaque da noite em Fortaleza. A equipe do Morumbi chegou a dominar a partida e acuar o Ceará até fazer o gol do empate, fruto da insistência de Eder e uma pequena dose de sorte com o desvio em Gabriel Dias.
Aliás, mesmo em uma noite ruim sob o aspecto coletivo, Eder se destacou pela entrega e disputa no campo ofensivo. Briga pela bola e finaliza como centroavante, e parece a cada partida mais fixado como atacante titular do São Paulo de Hernán Crespo.
Eder e Diego Costa comemoram gol do São Paulo no Ceará — Foto: Rubens Chiri / saopaulofc.net
O que deu errado
Fora a desorganização defensiva citada até em demasia neste texto, o São Paulo exibiu muitos erros individuais no Castelão. Peças fundamentais para o funcionamento do time ainda não se apresentam no melhor nível, como Daniel Alves e Martín Benítez, neste domingo.
O veterano apresenta ainda falta de ritmo, depois de um mês afastado para se recuperar de uma entorse no joelho direito. Já o argentino, após boa atuação contra o Cuiabá, entrou mal e pouco colaborou ofensivamente para o empate são-paulino.
A Voz da Torcida – Caio: “São Paulo não fez nada para ganhar o jogo”
Outro ponto importante, retomando o assunto defensivo, é a presença de Reinaldo na linha de três zagueiros. Recuado por necessidade pelo problema físico de última hora de Léo, o camisa 6 novamente sofreu no setor, e o time sem toda a capacidade ofensiva do jogador na ala.
Próximos passos
Daniel Alves, do São Paulo, durante partida contra o Ceará; veterano não teve boa atuação — Foto: Rubens Chiri / saopaulofc.net
O São Paulo terá pouco tempo para digerir os erros e os acertos no empate deste domingo. Ainda sem Hernán Crespo, diagnosticado com Covid-19 no último sábado, a equipe encara na quarta-feira o Corinthians, na Neo Química Arena, pela oitava rodada do Brasileirão.
Diante do pior jejum de vitórias da era Crespo, a equipe vai ao palco no qual nunca venceu e encara o maior rival diante do cenário de maior pressão sobre o trabalho da atual comissão.
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