Expulsão de Nestor frustra São Paulo e trava experiência ofensiva de Crespo

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UOL

Thiago Braga

O São Paulo entrou em campo para enfrentar a Chapecoense, na noite de quarta-feira (16), pressionado para conseguir sua primeira vitória no Campeonato Brasileiro. A equipe sequer havia marcado gol no torneio até então. Para resolver os problemas ofensivos da equipe, o técnico Hernán Crespo optou por escalar um time altamente ofensivo, na tentativa de aumentar o poder do ataque Tricolor, com Rigoni, Luciano, Éder e Rojas.

Além de encher o time com jogadores com vocação para fazer gol e criar jogadas de ataque, Crespo optou por abandonar o sistema com três zagueiros, e surpreendeu ao escalar Reinaldo no lugar de Léo Pelé, para formar dupla de zaga com Bruno Alves. Na lateral esquerda, nova mudança, com Gabriel Sara deslocado para fazer a função. Já nos primeiros minutos de jogo, o São Paulo mostrou que seria um time agressivo com a bola e também na hora de retomar a posse, com muita pressão na marcação da saída de jogo da Chapecoense. No ataque, Rigoni e Rojas eram os responsáveis por criar as jogadas.

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“Ele pediu especificamente para que eu jogasse sobre a linha lateral, aberto, para que os laterais pudessem atacar por dentro, e a gente ficasse no mano a mano por fora. Creio que no primeiro tempo funcionou muito, até a expulsão. Obviamente que depois da expulsão mudou totalmente a nossa forma de atuar. Mas acredito que a ideia que havíamos planejado estava funcionando e fizemos um gol assim”, analisou Rigoni. Crespo foi flagrado pela transmissão pedindo para que os zagueiros Bruno Alves e Reinaldo conduzissem a bola até o campo de ataque, para sufocar a equipe adversária. Não demorou para a estratégia dar certo.

O São Paulo retomou a bola próximo da área da Chapecoense, Liziero acionou rapidamente Rigoni, e o argentino cruzou na cabeça de Éder, que abriu o placar. A falta de zagueiros não deixava a equipe vulnerável. Rigoni e Rojas voltavam para ajudar na marcação e fechavam os espaços para a Chape não atacar pelos lados do campo, Os donos da casa seguiram mandando no jogo. Luciano obrigou João Paulo a fazer grande defesa após cabeçada. E após novo cruzamento de Rigoni, Bruno Alves mandou a bola no travessão.

O que se desenhava até para uma partida com placar elástico, mudou completamente de rumo quando o árbitro Dyorgines José Padovani de Andrade foi chamado pelo VAR para analisar um lance em que o volante Rodrigo Nestor dominou a bola, mas na sequência acertou o rosto do zagueiro Léo Gomes. O cartão amarelo foi trocado após revisão e Nestor foi expulso. “A ideia era uma escalação, que até a expulsão, foi perfeita. Chegamos em um terreno hipotético, a diferença técnica e de estratégia era para ter uma diferença de dois a três gols de diferença de um time para outro e não aconteceu por conta da expulsão, que a expulsão condicionou tudo”, explicou Crespo, após o jogo.

Não demorou para a partida mudar de rumo. Logo após ficar com um homem a mais, a Chapecoense obrigou Tiago Volpi a trabalhar e buscar uma bola no ângulo. Na etapa final, Crespo recompôs o sistema defensivo ao colocar Leo Pelé e voltar Reinaldo e Gabriel Sara para suas posições originais. Mesmo com um a menos, o São Paulo conseguia controlar o jogo e não era ameaçado. Até que em um lance pela esquerda, o cruzamento de Lima desviou em Liziero e a bola sobrou limpa para Kaio, com o gol aberto, empatar a partida.

Depois disso, a Chapecoense só não virou por conta da trave, e de Wellington, que salvou o chute de Kaio quase em cima da linha. Gabriel Sara quase recolocou o Tricolor à frente, mas o chute do meia desviou na zaga catarinense e parou na trave. Agora, o São Paulo vai até a Vila Belmiro, no próximo domingo (20), às 18h15, enfrentar o Santos, treinado por Fernando Diniz, ex-técnico do São Paulo. A dúvida agora é para saber se Crespo, fora de casa, vai optar por uma escalação tão ofensiva quanto a utilizada contra a Chapecoense.

UOL São Paulo #16: Crespo precisa mostrar não ser técnico de uma nota só.

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