Nervosismo volta a assombrar São Paulo mesmo com o fim da fila por títulos

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UOL

Brunno Carvalho

A conquista do título do Campeonato Paulista parecia ser o suficiente para tirar o peso dos últimos anos das costas do São Paulo, mas o nervosismo em campo voltou a dar as caras durante o início ruim no Brasileirão. Diante do Cuiabá, a equipe comandada por Hernán Crespo começou controlando o jogo, mas se desequilibrou quando a o clube mato-grossense fez o gol de empate. O São Paulo chegava com facilidade ao gol do Cuiabá quando jogava pelo chão. Foi assim que Orejuela achou Rigoni, que tocou para Benítez abrir o placar. Assim que o Cuiabá empatou com Rafael Gava após falha de marcação a postura são-paulina mudou completamente.

Querendo de qualquer maneira o segundo gol, a equipe de Crespo começou a acelerar as jogadas e deixou espaços para contra-ataques. A mudança foi punida aos 39 minutos da primeira etapa. O São Paulo subiu para a cobrança de um escanteio e, com a bola espirrada, o time de Mato Grosso partiu com quatro jogadores para o ataque. Com a defesa desarrumada, Rigoni não conseguiu acompanhar Elton, que aproveitou cruzamento de Rafael Gava para virar o jogo.

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A pressão sentida em campo é semelhante à vista na temporada passada, quando o time entrou em má fase e desperdiçou a chance de ser campeão brasileiro na reta final da competição. Na época, contudo, o título paulista ainda não havia sido conquistado e a indigesta fila era considerada um peso para jogadores e torcedores. Crespo foi questionado na entrevista coletiva depois da partida de ontem sobre o nervosismo do time. O técnico argentino, no entanto, se esquivou da resposta e ressaltou que o momento não é o que eles esperavam depois do título paulista.

“A situação não é fácil. Não é a situação que todos pensávamos, o começo não é o melhor – e sabemos -, mas seguramente não merecemos estar aí [na zona de rebaixamento], mas estamos. Vamos acertar, continuar a trabalhar e sabendo perfeitamente que temos um elenco que pode ter resultados melhores sem dúvida. É continuar trabalhando, insistindo”, disse. O sentimento de união para espantar a fase ruim foi exaltado por Martín Benítez depois do jogo. Responsável pelo primeiro gol, ele correu para abraçar Crespo e afirmou que o grupo está junto para afastar a crise.

“O grupo está fechado perdendo ou ganhando. Aconteça o que tenha acontecido no primeiro semestre. Mas isso é futebol. Como falou o Hernán [Crespo], nós também somos responsáveis, porque somos nós que entramos dentro de campo. São Paulo não é só jogadores e comissão técnica, é jogadores, comissão técnica, diretoria, torcedores, todo mundo junto. Esse é o momento que estamos vivendo, mas todo mundo está fechado”, disse.

O São Paulo terá pouco tempo para se recuperar do empate em casa com o Cuiabá. No domingo (27), os comandados de Crespo viajavam para enfrentar o Ceará. Três dias depois acontecerá o clássico contra o Corinthians, fora de casa, na Neo Química Arena.

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