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Eduardo Rodrigues
Tricolor não consegue vencer no Brasileirão e demonstra dificuldades em retomar bom futebol.
O Campeonato Paulista de 2021 já acabou. O campeão São Paulo, porém, ainda vive preso nele.
Depois da conquista que acabou com um jejum de oito anos e cinco meses sem troféus, a equipe comandada por Hernán Crespo não se encontrou mais em campo. No último domingo, amargou a terceira derrota no Brasileirão, diante do Santos, e entrou na zona de rebaixamento.
Dos 15 pontos disputados, o São Paulo conquistou apenas dois e não é nem de perto aquele time que encantou durante o início da temporada e no título do Paulistão, com um futebol vertical e de pressão. O Tricolor era difícil de ser batido.
O São Paulo que não vence há nove partidas fora de casa e que ainda não sabe o que é ganhar no Brasileirão é menos vibrante, praticamente não sufoca o adversário na saída de bola, demonstra problemas defensivos e não tem criatividade no ataque.
Santos x São Paulo na Vila Belmiro — Foto: Marcos Ribolli
Com dois empates e três derrotas no Brasileirão, passou da hora de o São Paulo acordar e esquecer que o Campeonato Paulista foi importante, tratado como uma Copa do Mundo, mas que é o título com menos expressão que o clube poderia conquistar nesta temporada.
Ainda dá tempo de as coisas se encaixarem novamente e o São Paulo retomar o bom momento no ano. O Campeonato Brasileiro é longo, e a Libertadores e Copa do Brasil são mata-matas em que tudo pode acontecer. Nada está acabado ou é terra arrasada.
Só que para isso, Crespo terá que achar uma forma de o time voltar à essência demonstrada no começo do trabalho mesmo com todos os desfalques que surgem durante as competições – no último domingo foram sete ausências.
Diante do Santos, na Vila Belmiro, por exemplo, o treinador fez mais uma de suas buscas pelo time ideal com uma aposta que já havia sido feita (e contestada por parte da torcida): Reinaldo como zagueiro.
A tentativa, segundo o próprio argentino, era dar liberdade para que o lateral-esquerdo Welington pressionasse Pará no campo de defesa e Reinaldo levaria experiência à equipe. Mas não deu certo.
Reinaldo teve a dura missão de parar Marinho e só conseguiu fazer isso na base da falta. Foram várias infrações durante o jogo e um cartão amarelo conquistado que o tira do jogo de quarta, contra o Cuiabá.
Na função de primeiro volante, Crespo não consegue achar um substituto para Luan. O jogador se recupera de uma lesão na região posterior da coxa esquerda, e o treinador tem demonstrado dificuldade no setor por não ter nenhum jogador com características de marcação no elenco.
A falta em um jogador para dar o combate na frente da área tem deixado a zaga totalmente exposta e os gols sofridos saem com naturalidade – já são seis no Brasileirão.
No ataque, a escassez de gols no torneiro nacional preocupa. Foi apenas um gol marcado nos cinco jogos disputados até aqui, e o São Paulo tem a indigesta marca de pior ataque da competição, ao lado do América-MG.
As coisas não estão fluindo para o São Paulo neste início de competição. Crespo pediu tempo e paciência e garantiu que com essas duas coisas tudo voltará ao normal.
Na próxima quarta-feira, às 19h, no Morumbi, diante do Cuiabá, o treinador e seus comandados terão mais uma oportunidade de dar uma resposta ao torcedor e reencontrar o caminho das vitórias. Caso um novo tropeço aconteça, a paciência pode acabar e o tempo para a reviravolta tende a correr com mais velocidade.
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