GazetaEsportiva
Tchê Tchê desabafou nesta terça-feira sobre a polêmica com Fernando Diniz, quando os dois estavam no São Paulo. O meio-campista está no Atlético-MG, enquanto o técnico dirige o Santos atualmente.
Ao podcast Podpah, Tchê Tchê admitiu ter ficado com “raiva incontrolável” e explicou o silêncio por quase oito meses. O Tricolor lutava pelo título e perdeu por 4 a 2 para o Red Bull Bragantino em janeiro deste ano, quando o jogador foi chamado de “perninha” e “mascaradinho”. A equipe acabou na quarta colocação, cinco pontos atrás do Flamengo.
“Quando aconteceu tudo, a gente estava numa fase brigando por título, então a escolha que eu fiz foi deixar a instituição falar mais alto do que eu, o Tchê Tchê, ou o Diniz. E a gente estava disputando um título que fazia tempo que não ganhava. Foi um bagulho que me deixou mal, por isso até hoje eu não tinha falado. E vai ser a primeira e a última vez que eu vou tocar nesse assunto. Eu fui criado de uma maneira de sempre respeitar a pessoa, nunca faltei com respeito, nunca xinguei ninguém. Tanto que no episódio eu poderia ter virado e xingado, e eu não fiz isso. Eu simplesmente mantive a minha postura, que é a que eu tenho no meu dia a dia. Isso não fez mal só para mim. Eu escutar essas coisas… beleza, eu escuto, já ouvi coisa pior. Entra por um ouvido e sai pelo outro. Eu sei quem eu sou… Mas depois do jogo você vê a proporção que o bagulho tomou, você chegar em casa todo mundo mal, seu pai te ligar chorando. É totalmente na contramão dos princípios que eu fui criado. Não sou mala, não sou perna, não sou arrogante, não sou uma pessoa que ninguém pode falar comigo que eu vou virar de cara de feia. Só que, mano, ele foi mal naquilo. Tanto é que depois a gente conversou. Eu não me sentia à vontade, ninguém me protegeu no clube. Ninguém tomou a frente do bagulho. Simplesmente foi: “ah, aconteceu. É o pai dele”. Eu não tenho pai nenhum no futebol. Eu fiz o bagulho acontecer desde o início, ninguém fez favor para mim. Ninguém me coloca para jogar, eu não visto a camisa dos clubes que eu visto porque eu sou bonito. Eu fiz o bagulho acontecer real. Eu e quem está do meu lado desde o começo”, disse Tchê Tchê.
“Por isso que eu não pago pau para ninguém. Ninguém me ajudou em nada, ninguém me deu nada, ninguém fez nada por mim. O episódio eu fiquei sem entender. Eu só questionei o cara. Tipo, eu não posso te perguntar? E daí o cara já virou falando um monte de coisa, mano. Eu falei “parça, tem nada a ver isso aí”. Tanto é que depois a gente conversou. E na época as coisas não ficaram legais. Mas eu falei: ‘eu não vou me posicionar’. Eu esperei que alguém falasse por mim. O bagulho tomou uma proporção que qualquer lugar que as pessoas vão comentar alguma coisa é “ah, o perninha”. Não tem perninha, tio. Eu não sou perninha. Eu tenho uma postura da hora seja onde for: aqui, na rua, onde todo mundo me conhece. E foi um bagulho que não pegou bem, mano. Não pegou bem para mim, para a minha esposa, para a minha família. E era uma pessoa que conhecia a minha família. Tanto é que ele pediu depois para que eu pedisse desculpas para a minha família. Mano, eu não vou chegar e eu pedir desculpas por ele. Na época ele poderia ter ido e falado que foi mal. E as coisas simplesmente foram rolando. E eu não me posicionei para não parecer que eu queria ficar marcado por isso. Do tipo: ele arrumou uma briga com o treinador, os caras perderam o título e foi por esse motivo. Esperei passar. Tanto é que até hoje… é a primeira e última. Vocês não vão me ouvir falar mais. Não foi um negócio saudável para mim. Mano, eu fiquei com muita raiva, uma raiva incontrolável”, completou.
No duelo entre Santos e Atlético-MG na Vila Belmiro, no dia 27 de junho, Tchê Tchê e Fernando Diniz conversaram no gramado. O treinador comentou sobre o papo.
“Minha relação com ele é bonita mesmo, autêntica. E em relações há deslizes. A minha relação é muito mais que aquele deslize. É ela que fica. Hoje foi espontâneo e posso falar isso. Minha relação é imensamente maior do que aquilo que quiseram recortar e vender. Uma parte muito pequena do real”, disse Diniz.
LEIA TAMBÉM:
- Sem confronto direto, São Paulo vê adversários dispararem e briga por G-5 mais distante
- São Paulo anuncia mais de 25 mil ingressos vendidos para duelo com Atlético-MG
- Liderança ativa: veja como Rafinha, Calleri e Lucas atuam também fora do campo no CT do São Paulo
- Com lesão e “fico” de Zubeldía, Galoppo se aproxima de fim de ciclo no São Paulo
- São Paulo x Atlético-MG: saiba onde assistir ao duelo pelo Brasileirão