GloboEsporte
Rodrigo Araújo
Em duas reportagens especiais, a partir do próximo domingo, programa comemora os 90 anos de nascimento do histórico jogador e treinador.
Você conhece mais alguém que se chama Telê? Talvez o histórico jogador e treinador seja, de fato, o primeiro e único até hoje. E a trajetória que ele construiu dentro e fora de campo também o credencia como um personagem singular e especial.
Telê Santana da Silva teria feito 90 anos em julho, e o Esporte Espetacular vai contar, em dois episódios, a partir do próximo domingo, por que o mineiro de Itabirito marcou tanto o futebol brasileiro.
Telê Santana no Morumbi, onde seu legado segue vivo até hoje — Foto: Maurilo Clareto/Estadão Conteúdo
A primeira reportagem vai mostrar o homem de convicções fortes, que construiu a carreira com absoluta devoção ao futebol bem jogado e total aversão à violência no futebol.
– Ele detestava que o jogador dele fizesse falta. Isso era uma coisa marcante nele. Não tem que dar pontapé, tem que jogar bola – recorda Paulo Roberto Falcão.
Vitorioso em clubes como Fluminense, Atlético-MG e Grêmio, Telê chegou ao comando da Seleção em 1981. Não conseguiu quebrar o jejum de títulos mundiais na Copa do Mundo de 1982, mas montou um time que até hoje é reverenciado. Foi um feliz encontro de um técnico que gostava do jogo bem jogado com uma geração de muita competência.
– A gente tinha prazer em trabalhar porque ele queria futebol, ele gostava de futebol. Ele não complicava, era muito simples. Muito fácil trabalhar com ele – diz Zico.
Telê em seus tempos de jogador, com a camisa do Fluminense — Foto: Reprodução
A segunda reportagem vai contar como se deu a reviravolta na carreira de Telê. A derrota na Copa de 1986, no México, com uma equipe que não tinha o mesmo brilho de 82, transformou um vitorioso treinador em “pé-frio”.
– Eu brincava muito com ele, pedia as meias dele emprestadas. Ele mandava para aquele lugar (risos). ”Me empresta as tuas meias, quero ser pé-frio como você”. A seleção brasileira marca muito, né? – lembra o jornalista Juca Kfouri, que cobriu as Copas de 82 e 86.
Telê só se livrou do pesado estigma no São Paulo nos anos 90. E de maneira categórica: campeão brasileiro, bicampeão da Libertadores e bicampeão mundial interclubes, além de títulos paulistas e outras conquistas internacionais. Telê ganhou do jeito que queria: competindo e encantando.
– Ele acreditava nisso, que o jogo bem jogado era o jogo que você tem mais chance de vencer – recorda Raí, um dos principais jogadores da Era Telê no São Paulo.
Lançado por Telê como treinador no São Paulo, Muricy Ramalho, atual coordenador de futebol do clube, lembra que o legado deixado pelo treinador no Morumbi segue vivo:
– Telê transformou o São Paulo, a torcida se acostumou com isso. Hoje ainda a gente usa muito o exemplo do Telê aqui dentro, usa demais.
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