GloboEsporte
Marco Condez
Em situação difícil na temporada, São Paulo foi eliminado da Libertadores, também, desperdiçou vantagem para encaminhar a classificação à semifinal da Copa do Brasil e permanece nas cercanias da zona de rebaixamento no Brasileirão.
André Durão
A temporada avança e o São Paulo permanece estagnado, sem apresentar evolução significativa. Demonstrando insegurança defensiva, falta de criatividade no meio campo e de objetividade no ataque, foi eliminado da Libertadores da América e continua nas cercanias da zona de rebaixamento do Brasileirão, permanecendo com diferença de 20 pontos a menos que o líder, Atlético-MG. A Copa do Brasil, ainda, é sua melhor chance de salvar a temporada.
Não está havendo o casamento perfeito entre o elenco e as estratégias de jogo, como era apresentado no início da temporada. Relembrando que o São Paulo conquistou o título de Campeão Paulista com certa facilidade e dava mostras de que a temporada seria tranquila com o time sendo cotado como um dos candidatos ao título nacional.
A própria priorização de campeonatos eliminatórios e de menor duração, que acabam trazendo resultados de forma mais rápida e com menor exigência de organização sólida da equipe, pode ser uma forma de tentar encobrir falhas estruturais, que aos poucos estão sendo trazidas à tona.
Teoricamente, é mais fácil preparar o time e construir tática que neutralize os principais pontos de um único adversário, para sofrer o mínimo possível no setor defensivo e ter objetividade ofensiva. Mas, a eliminação da equipe tricolor da Taça Libertadores da América na fase de quartas de final, mostrou que o esquema não está funcionando de maneira harmônica.
O empate na primeira partida contra o Palmeiras até mostrou o São Paulo melhor em alguns momentos da partida. Mas, a derrota por 3 a 0 no jogo de volta denotou que existem falhas estruturais que precisam ser corrigidas urgentemente.
Outro resultado que confirma esse cenário tático delicado do São Paulo foi o empate por 2 a 2 contra o Fortaleza, pela disputa das quartas de final da Copa do Brasil. O Tricolor fez um excelente primeiro tempo na partida, conquistando vantagem de 2 a 0, mas não manteve a performance e permitiu que o adversário crescesse e empatasse o jogo.
O São Paulo desperdiçou a chance de encaminhar bem a sua classificação para a semifinal da Copa do Brasil, não aproveitando a vantagem de jogar em casa. A situação fica mais complicada, já que o próximo confronto será realizado no estádio Castelão e o Fortaleza além de fazer boa campanha no Brasileiro, apresenta organização tática com padrão ofensivo em quase todos os jogos, independentemente, de ser mandante ou visitante.
O Tricolor Paulista precisa passar pelo Fortaleza para tentar estancar a crise que está pairando pelos lados do Morumbi, devido às atuações irregulares. A Copa do Brasil é a maneira mais fácil, e pelo que se desenha na temporada, pode ser a única forma do São Paulo chegar à Libertadores, para salvar o planejamento que deixou o Brasileirão para segundo plano, colocando em risco sua permanência na elite do futebol nacional.
O cenário mostrado na última rodada do Brasileirão, no jogo contra o Fluminense, é uma síntese das dificuldades que o time paulista vem enfrentando na temporada. Mesmo com a entrada do meio-campista Benítez, o técnico Hernán Crespo não conseguiu tornar a equipe criativa. Com o momento instável, atualmente vértices do time como o goleiro Tiago Volpi, o zagueiro Arboleda e o próprio Benítez não estão atuando de maneira condizente com o alto padrão que já mostraram com a camisa do São Paulo.
Não acredito que essas oscilações estejam diretamente ligadas às carências individuais, até porque o elenco são-paulino é qualificado e não deveria apresentar oscilações frequentes. O time de Crespo joga sempre com o mesmo esquema: 3 zagueiros, 5 homens de meio-campo e 2 atacantes mais adiantados.
Sem mostrar variações táticas que sejam capazes de tornar o time produtivo, o São Paulo não está conseguindo estabelecer a tão sonhada linearidade de desempenhos, necessária para manter resultados positivos sucessivos. Principalmente no Brasileirão, que é uma competição longa e exige essa linearidade, é primordial que todos os setores do time estejam organizados e que funcionem de forma harmônica, independente da postura do adversário.
É delicado presenciar um time de elenco qualificado, como o do São Paulo, lutando simplesmente para fugir da zona do rebaixamento, sem apresentar poder de reação.
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