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“Reconstrução” foi certamente uma das palavras mais citadas nos últimos meses em coletivas do São Paulo, seja pelo técnico Hernán Crespo ou por membros da diretoria. Eles alegam que a temporada 2021 seria de reedificação do time. Pois, depois das eliminações nas copas, com dificuldades para acertar uma equipe que venceu apenas um de seus últimos sete jogos, o técnico argentino agora se dedica a uma obra específica: restabelecer a competitividade por meio da defesa Desde a goleada sofrida para o Flamengo, por 5 a 1, na 13ª rodada, o Tricolor Paulista fez nove partidas na Série A e sofreu apenas seis gols.
Em quatro confrontos nessa sequência, Tiago Volpi não precisou buscar a bola no fundo da meta: a vitória solitária contra o Sport e os empates com Palmeiras, América-MG e Atlético-MG —sendo os últimos pelas últimas duas rodadas. Além disso, o São Paulo levou apenas um gol em outros quatro jogos: as vitórias diante de Grêmio, Atlético-GO e Athletico-PR, e o empate por 1 a 1 ante o Juventude. Em uma única oportunidade, durante essa sequência, o time sofreu mais gols — a derrota por 2 a 1 para o Fluminense, no Maracanã. E mesmo no duelo dos tricolores, os paulistas se defenderam bem até a etapa final, quando avançaram e sofreram o segundo gol em um contra-ataque.
A priorização à defesa foi citada inclusive pelo capitão são-paulino, Miranda, e por Crespo após o empate por 0 a 0 contra o Galo, no Morumbi. “Fator importante: mais uma vez a nossa defesa não sofreu gols, então começamos a caminhar. O primeiro passo no Campeonato Brasileiro é não sofrer gols. E com certeza essa solidez defensivamente vai nos trazer muitos pontos. Qualidade na frente a gente tem. Muito importante destacar esse bom desempenho defensivamente”, afirmou o experiente zagueiro.
O técnico argentino destacou a atuação da defesa contra um dos melhores times da temporada, ressaltando a marcação de seus comandados e reconhecendo mais uma atuação ruim do ataque tricolor. “Controlar eles e jogar esse segundo tempo melhor com a bola, com posse… nunca é fácil jogar contra o Atlético nessa temporada. Quando recuperamos a bola, encontramos facilidade para jogar. É verdade, faltou um pouco na fase ofensiva, mas estamos jogamos contra o Atlético-MG. Não devemos esquecer isso”, avaliou Crespo.
Competições de mata-mata foram exceção no período Se o desempenho defensivo foi satisfatório nos últimos nove jogos pelo Brasileirão, a atuação nas competições de mata-mata não se repetiu nesse período. Nos quatro jogos contra o Fortaleza, pela Copa do Brasil, e o Palmeiras, pela Libertadores, o Tricolor foi vazado nove vezes. A derrota por 3 a 0 para a equipe alviverde e os dois confrontos contra o Leão do Pici mostraram um São Paulo desatento, sobretudo na etapa final das partidas, quando levou a maior parte dos gols.
Os ‘apagões’ da defesa renderam à equipe de Hernán Crespo as eliminações nas duas copas, e é justamente nesse aspecto que a comissão técnica tem mostrado maior foco na sequência pelo Brasileirão, a fim de se afastar da zona de rebaixamento e buscar uma vaga na próxima Liberta. Ataque continua sendo pedra no sapato na Série A Depois do empate por 0 a 0 diante do América-MG, na quarta-feira (22), o São Paulo passou mais um jogo em branco nesse sábado (25). Agora, são duas partidas e a maior parte do segundo tempo contra o Atlético-GO, no domingo passado (19), sem balançar as redes.
Se considerado todo o Brasileirão, o desempenho ofensivo não é tão diferente, contrastando com a solidez da defesa na competição: são 18 gols marcados em 22 jogos. A despeito das palavras de Miranda sobre a qualidade ofensiva no elenco, hoje o Tricolor tem o quinto pior ataque da competição. Somente quatro equipes (Sport, Grêmio, Chapecoense e Atlético-GO) têm menos tentos que o time paulista, e cabe lembrar que o Imortal e o Dragão têm, respectivamente, três e duas partidas a mais para fazer.
Registrando: os quatro pontos que ficaram pelo caminho nos empates sem gols ante o Coelho e o Galo teriam o time de Hernán Crespo a 33 pontos, os mesmos de Fortaleza (quatro), Red Bull Bragantino (quinto) e o Corinthians (sexto). Pauta recorrente no clube, “reconstrução” contrasta com metas do clube A narrativa de que a equipe vive uma temporada de reconstrução, defendida por Crespo em mais de uma oportunidade —como nas eliminações para o Palmeiras e o Fortaleza— e pelo presidente Julio Casares, é um indicativo de metas pouco ambiciosas para 2021.
Campeão paulista e entre os oito melhores nas duas competições de mata-mata que disputou, o São Paulo viu o sinal de alerta ligado após derrotas como para o Flamengo no Brasileirão, o Palmeiras na Libertadores e o Fortaleza na Copa do Brasil. O discurso que pede paciência em um ano de mudanças no clube vai na contramão do objetivo posto pelo próprio treinador: classificar-se à competição continental para 2022.
Nas últimas duas partidas, quando teve a oportunidade de encostar no G6 do Brasileirão, o time não foi vazado, mas pecou no ataque, como vimos, e está em 13º. Agora, está seis pontos distante do sexto colocado, o Corinthians, e há também seis equipes posicionadas entre os rivais. Olhando para baixo, o São Paulo está quatro pontos à frente da zona de rebaixamento. O próximo compromisso da equipe paulista será contra a lanterna Chapecoense, às 16h de domingo (3), pela 23ª rodada.
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