GloboEsporte
José Edgar de Matos
Time vai bem e cria chances no primeiro tempo, mas perde gols e cai de rendimento na etapa final da derrota para o Red Bull Bragantino, a primeira sob o comando de Rogério Ceni.
Sai treinador, entra treinador, e o São Paulo segue com dois problemas crônicos no Campeonato Brasileiro. Na noite do último domingo em Bragança Paulista, o Tricolor sofreu novamente com a irregularidade de desempenho e os gols perdidos, dois pontos que marcam a campanha aquém do esperado do atual campeão paulista na competição nacional.
Esse contexto pesou diante de um adversário competitivo. O Red Bull Bragantino cresceu no segundo tempo e fez o que o São Paulo não conseguiu: aproveitou o domínio em um momento da partida para fazer 1 a 0 e assegurar três pontos importantes na briga por uma vaga na próxima Libertadores.
Do outro lado, o São Paulo desperdiçou os bons momentos. A maior amostra veio nos pés de Pablo, que se atrapalhou com Luciano e perdeu enorme chance de gol ainda na primeira etapa. Novamente, a falta de pontaria custou pontos ao time, como nos jogos contra Chapecoense, Ceará, Santos…
Luciano lamenta gol perdido por Pablo no primeiro tempo do duelo em Bragança Paulista — Foto: Diogo Reis/Agif
O São Paulo é o segundo pior ataque do Brasileirão, com apenas 22 gols em 28 partidas. Retrospecto superior somente ao do Sport, que se encontra na zona de rebaixamento. A falta de produção ofensiva custa, ainda mais em um campeonato equilibrado.
Essa igualdade de forças do Brasileirão pune o São Paulo pela irregularidade, como a demonstrada diante do Bragantino.
Das boas chances no primeiro tempo, principalmente na reta final, o Tricolor saiu com a pouca produtividade na etapa final de um jogo no qual não contou com Rigoni e Calleri, os dois melhores do time no setor.
Ir bem em um momento e mal no outro resume a campanha são-paulina. Tanto que a semana, iniciada com a empolgação pela vitória e atuação segura no clássico contra o Corinthians, termina com questionamentos em novo teste contra um clube posicionado na parte alta da tabela.
O que deu certo
Nos melhores momentos do São Paulo na partida, Ceni testemunhou o funcionamento do setor de meio-campo com Gabriel Sara, Igor Gomes e Rodrigo Nestor. Dos pés dos três nasceram as três principais oportunidades na partida.
Igor Gomes foi quem achou belo passe para Luciano dividir com o goleiro, em lance anterior ao gol perdido por Pablo. Já Sara finalizou duas vezes, pisando na área, aproveitando cruzamento rasteiro de Rodrigo Nestor em um deles. A proximidade do trio foi um ponto positivo.
Gabriel Sara esteve envolvido em bons momentos do time no jogo — Foto: Rubens Chiri/saopaulofc.net
O que deu errado
O Bragantino usou e abusou das inversões de jogadas, que deixaram os laterais são-paulinos expostos. A consequência? Tanto Orejuela e Reinaldo quanto Igor Vinicius, que entrou no intervalo, sofreram especialmente com Helinho nas disputas mano a mano.
Ainda no sistema defensivo, com Miranda e Arboleda, o time perdeu a característica de acelerar a jogada desde o início, como acontece com Léo entre os 11. O camisa 16 não saiu do banco de reservas em Bragança Paulista.
Rogério Ceni sofreu a primeira derrota no comando do São Paulo — Foto: Wilian Oliveira/Futura Press
Próximos passos
Rogério Ceni terá mais uma semana para trabalhar o elenco e recuperar peças importantes, como Calleri e Rigoni. O São Paulo só retorna a campo no próximo domingo, a partir das 18h15 (de Brasília), para enfrentar o Internacional, no Morumbi.
Diante do objetivo de brigar por uma vaga na próxima edição da Libertadores, o São Paulo possui mais um duelo para encurtar a distância para esses concorrentes.
No primeiro (Corinthians), conseguiu. No segundo (Bragantino), não. Vem aí o terceiro teste para o time corrigir o próprio caminho neste Brasileirão.
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