GloboEsporte
José Edgar de Matos
Equipe não se impôs como poderia diante da Chape e desperdiça tranquilidade pré-clássico.
Hernán Crespo chegou à Arena Condá com uma ideia clara: o São Paulo deveria se impor contra a lanterna Chapecoense no último domingo, pela 23ª rodada do Campeonato Brasileiro.
Com a bola no pé, o Tricolor não se alinhou ao discurso do treinador e tropeçou diante do último colocado do Brasileirão. No empate por 1 a 1, a equipe perdeu oportunidades importantes de gols e não mostrou evolução em um momento importante da temporada.
A verdade é que o São Paulo não se impôs como deveria diante de um adversário que soma apenas 11 pontos e está fadado ao rebaixamento. De quebra, estacionou na 13ª colocação, com 28 pontos, mais perto da briga contra o rebaixamento do que da luta por vaga na Libertadores.
No domingo, Crespo tirou Luan do time titular e armou um trio ofensivo com Luciano, Rigoni e Eder; porém, lento, o time foi previsível e dependeu de individualidades para ameaçar a pior defesa do campeonato.
Foi assim que o Tricolor abriu o placar, na individualidade. Liziero decidiu arrancar com a bola, abriu espaços e viu a bola sobrar para Rigoni. O principal jogador do São Paulo pós-título do Paulistão arriscou da entrada da área e fez um golaço, que daria tranquilidade ao time durante a primeira etapa.
Rigoni e Crespo: São Paulo viveu tarde de pouca imposição contra a Chape — Foto: Rubens Chiri/saopaulofc
O mesmo Rigoni, contudo, viveu uma tarde de altos e baixos. O argentino desperdiçou duas ótimas oportunidades; o também argentino Calleri, outra. Essas três chances custaram os três pontos que mascarariam uma tarde aquém do Tricolor.
Semana a semana, o time não evolui. O setor ofensivo cria pouco e marcou apenas um gol nos últimos três jogos. O de Rigoni aos 35 minutos do segundo tempo interrompeu o maior jejum ofensivo da equipe sob o comando do argentino. Crespo viu o time ficar 249 minutos sem balançar as redes rivais no Brasileirão.
Contra a Chape, nem a segurança defensiva demonstrada nas últimas rodadas se sustentou, e a mínima pressão catarinense resultou no gol de empate.
Resumidamente, o São Paulo que encarou o lanterna preocupa, ainda mais antes de uma semana de clássico com o Santos e retorno da torcida ao estádio do Morumbi. O Tricolor não fez a lição (fora) de casa neste domingo.
O que deu certo
Rigoni esteve envolvido nos melhores momentos do time no jogo — Foto: Dinho Zanotto/AGIF
Quando próximos, Luciano e Rigoni dialogam bem, principalmente quando Rodrigo Nestor também se aproxima para trabalhar. O argentino, aliás, esteve envolvido diretamente nos melhores momentos são-paulinos na partida e perdeu duas grandes chances de ampliar.
Também se mostrou válida a experiência com Luciano mais recuado, atuando na organização de ataque. O entrosamento, especialmente com Calleri atuando mais minutos, deve ajudar o São Paulo a curar essa carência de um ataque pobre e pouco criativo.
O que deu errado
Welington foi novamente titular na ala esquerda — Foto: Dinho Zanotto/AGIF
A saída de Luan para deixar a equipe mais leve e criativa, mais uma vez, não deu certo. Mais recuado, Nestor perdeu liberdade e fez uma partida mais burocrática diante da Chape.
A troca de passes se mostrou lenta, e o São Paulo novamente recorreu às laterais para tentar ameaçar a defesa adversária. Pouco contra a pior defesa do Campeonato Brasileiro.
O São Paulo tocou, tocou e pouco incomodou a Chape. As chances apareceram em momentos pontuais, com Rigoni principalmente. Coletivamente, contudo, o time novamente deveu.
Próximos passos
Hernán Crespo, treinador do São Paulo, durante partida contra a Chapecoense — Foto: Rubens Chiri/saopaulofc
O São Paulo vive uma semana de pressão. Depois do empate contra o lanterna do Brasileirão, o Tricolor recebe na quinta-feira, às 18h30 (de Brasília), o Santos, em clássico no Morumbi.
A equipe chega sob enorme desconfiança para encarar um rival justamente no retorno do público ao estádio. Crespo, questionado, pode ter o melhor termômetro possível sobre o prestígio que possui com o torcedor.
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