San-São: o clássico de dois times que não estão jogando nada

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GloboEsporte

Casagrande

Tenho ótimas lembranças, que me fazem torcer ainda mais por um grande jogo no Morumbi.

O clássico desta quinta-feira reunirá dois times não estão jogando nada.

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O Santos está ameaçado pela zona de rebaixamento, e o São Paulo patina faz meses, não consegue sair do lugar, anda empatando com times que estão atrás dele. No domingo, fez uma partida apática, morosa lá em Chapecó. Não conseguiu vencer a Chapecoense, último colocada, nas duas partidas, com empates no primeiro e no segundo turno.

Vale para os dois times: se quiserem fazer alguma coisa, tudo dentro do campo precisa mudar. Mesmo um empate deixaria o Santos sob muito risco, e o São Paulo continuaria não saindo do lugar.

O Peixe não faz gols e está tomando muitos. No último jogo, a derrota de 3 a 0 para o Juventude, até que chutou bastante ao gol e levou perigo, mas vacilou nos três gols, com falhas infantis, tomando dois de bola parada sem ninguém diminuir o espaço do cabeceador.

Técnico Fábio Carille durante treino do Santos no CT Rei Pelé — Foto: Ivan Storti/Santos FC

Técnico Fábio Carille durante treino do Santos no CT Rei Pelé — Foto: Ivan Storti/Santos FC

O São Paulo também não consegue matar um jogo faz tempo. No domingo, contra a Chapecoense, o Rigoni fez um golaço e teve duas chances para acabar com a partida. Desperdiçou as duas, uma delas por um preciosismo que não cabe nesse momento. Quando chega cara a cara com o goleiro, bate firme e pronto.

O Fábio Carille chegou agora ao Santos e pegou um time que já estava sem ganhar. Mas ele precisa fazer alguma coisa nova, que funcione rapidamente.

No caso do Crespo, a situação já começa a balançar. Quando se faz uma reunião para garantir a permanência do treinador, significa que seu trabalho já está sendo contestado de alguma maneira. Para piorar, tem o Rogério Ceni no mercado. Ele é uma sombra enorme nas costas do Crespo.

Hernán Crespo, treinador do São Paulo, durante partida contra a Chapecoense — Foto: Rubens Chiri/saopaulofc

Hernán Crespo, treinador do São Paulo, durante partida contra a Chapecoense — Foto: Rubens Chiri/saopaulofc

Seja qual for a situação dos times, esse clássico é histórico. Já aconteceram grandes jogos no passado, e vou contar a minha experiência pessoal.

Em 1984, joguei o Campeonato Paulista pelo Tricolor. E foi o máximo. Adorei aquele período. O time era ótimo, e ficamos todos amigos.

No primeiro turno daquele campeonato, fizemos o nosso grande jogo exatamente contra o Santos, que estava em primeiro lugar e invicto no campeonato.

Foi uma tarde maravilhosa de sol, com o Morumbi cheio. E o nosso time deu show: ganhamos por 4 a 1, com dois gols meus, um do Pita e um do Careca – o do Santos foi do Lino. Você pode ver como foi no vídeo abaixo.

Em 1984, São Paulo goleia o Santos por 4 a 1 pelo Campeonato Paulista

O Peixe tinha uma grande equipe, tanto que foi campeão paulista em 84 e vice brasileiro em 83. Foi uma grande partida, com dois ótimos times. Para mim, foi maravilhoso, e entendi a força do São Paulo. Olha essa escalação: Barbirotto (ou Abelha), Paulo Roberto, Oscar, Darío Pereyra e Nelsinho, Márcio Araújo, eu, Pita e Geraldo; Careca e Sidney. E o técnico era o saudoso Cilinho.

Esse foi o time que mais jogou naquele campeonato. São ótimas lembranças, que fazem com que eu torça mais ainda por um grande jogo no clássico desta quinta-feira no Morumbi.

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