GloboEsporte
Leonardo Lourenço
Tricolor perde para o Bahia e agora fará jogos contra rivais do topo por sonho de Libertadores.
A expectativa após a vitória sobre o Internacional, há uma semana, era boa. O São Paulo havia jogado bem, vencido, tinha deixado o risco de degola para trás e se permitia sonhar com uma vaga no G-6, o grupo de times que vai à Libertadores do ano que vem.
Mas o São Paulo não engrena. Foi derrotado pelo Bahia por 1 a 0, no último domingo, em Salvador, um resultado justo – o time de Rogério Ceni criou pouco, inofensivo no ataque, viu o rival dominar o meio de campo e pressionar até conseguir vazar a meta de Tiago Volpi, um golaço de Rossi.
É algo recorrente desse time. A última vez que o São Paulo venceu duas partidas consecutivas foi em agosto, quando bateu o Vasco, pela Copa do Brasil, e o Atlhetico-PR, no Brasileiro.
Agora, o time terá pela frente uma sequência dura contra times que estão no alto da tabela e que irá definir o destino do São Paulo nesta temporada – e na próxima.
Orejuela observa Juninho Capixaba cruzar de bicicleta em Bahia x São Paulo — Foto: Felipe Oliveira/ Divulgação/ EC Bahia
Da Bahia, o elenco viaja nesta segunda-feira para o Ceará, onde enfrenta o Fortaleza (quinto colocado), na quarta. No domingo, volta para casa para enfrentar o Flamengo (terceiro). Depois, no dia 17, faz o clássico contra o Palmeiras (vice-líder), no Allianz Parque.
São nove pontos que podem colocar o time na rota da Libertadores de 2022 ou no limbo do Brasileiro – o rebaixamento ainda pode preocupar quem se der ao trabalho de fazer contas, mas não parece que os times que já ocupam as quatro posições do pé da tabela possam ameaçar o São Paulo, que, com 37 pontos, é o 14º colocado.
Por enquanto, classificam-se para a Libertadores os seis primeiros colocados – os quatro melhores vão direto para fase de grupos, o quinto e o sexto jogam as fases preliminares. Mas com Atlético-MG na final da Copa do Brasil, Palmeiras e Flamengo na da Libertadores e o Red Bull Bragantino na da Sul-Americana, o grupo de classificados vai se alargar, o que pode facilitar a vida do São Paulo ou aumentar a decepção em caso de fracasso.
Estar nessa situação a oito jogos do fim do Brasileiro é frustrante para um clube com folha salarial com oito dígitos, que investiu em contratações importantes mesmo com um buraco em seu cofre. Mesmo para quem encerrou um longo jejum de títulos com a conquista de um estadual, em maio.
É também um risco, pelo mesmo motivo. Para viabilizar as chegadas de jogadores como Rigoni, Calleri, Orejuela, por exemplo, o São Paulo conseguiu negociar uma carência e adiou o pagamento de direitos para 2022. Há também empréstimos bancários, que tiraram a água do nariz tricolor em 2021, que começam a vencer em janeiro.
Não estar na próxima Libertadores tornará muito mais difícil honrar esses compromissos.
A missão de Rogério Ceni é difícil. Se a defesa continua como o melhor setor da equipe, o ex-goleiro ainda não conseguiu fazer o ataque funcionar, mesmo com tempo para treinar – foram três jogos nas três últimas semanas.
Contra o Fortaleza, Ceni não terá Rigoni, principal jogador ofensivo do time na temporada. Também não poderá escalar Arboleda – que será desfalque contra o Flamengo e, provavelmente, contra o Palmeiras –, convocado pelo Equador para jogar as eliminatórias.
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