GloboEsporte
José Edgar de Matos
Irregularidade é a palavra que descreve o time no 0 a 0 com o Athletico, no Morumbi.
Passa rodada, entra rodada, e a análise sobre o São Paulo segue praticamente a mesma: uma equipe irregular, que pouco aproveita os bons momentos, e ainda ameaçada de viver o pior vexame da história.
Contra o Athletico-PR, diante de mais de 43 mil pessoas, o cenário se desenhava como ideal para tudo mudar por uma noite. Não deu certo, e os são-paulinos deixaram o Morumbi frustrados com o 0 a 0.
Diante do campeão da Sul-Americana, que entrou em campo no último sábado, o São Paulo começou como nos melhores momentos de 2021: intenso, veloz e perigoso. Porém, durante os 90 minutos, o saldo que fica se direciona para a queda de volume ofensivo, a falta de alternativas para as quebras de ritmo do adversário e mais uma partida sem anotar gols.
Reinaldo e Rogério Ceni em São Paulo x Athletico — Foto: Marcos Ribolli
Sem Luciano, o técnico Rogério Ceni promoveu o retorno de Calleri ao time titular e promoveu a entrada de Marquinhos, a fim de ter um jogador de velocidade pelas pontas. No primeiro tempo, o São Paulo insistiu muito pela esquerda, e o jovem passou a ter pouco campo para se impor. A resposta a essa estratégia veio, e o jogo travou pouco a pouco.
Em partidas assim, travadas e com o rival administrando cada segundo, as chances devem ser aproveitadas, e o São Paulo peca demais neste sentido. Foram 17 finalizações, mas apenas duas no gol do goleiro Santos. Não é à toa que o time possui o segundo pior ataque de todo o Campeonato Brasileiro.
Veja a coletiva de Rogério Ceni, do São Paulo, após o empate com o Athletico-PR
Rogério Ceni ainda não conseguiu embalar duas vitórias consecutivas, e o São Paulo segue ameaçado pelos próprios erros. Na primeira decisão, o time travou. Tanto que a distância para a zona de rebaixamento se encontra em cinco pontos, com o Bahia ainda devendo um jogo na comparação ao Tricolor (34 a 33).
O tempo para correções é pouco, e no sábado o Morumbi deve receber novamente bom público para empurrar a equipe para longe do Z-4. Contra o Sport, os bons momentos devem ser aproveitados para o torcedor, enfim, respirar neste fim de novembro.
O que deu certo
Cada vez mais, Gabriel Sara se torna o jogador fundamental esperado dentro do São Paulo. Novamente escalado mais pelo lado direito e posteriormente deslocado para a ala esquerda, o camisa 21 ganha liberdade de movimentação e confiança. Dos pés dele saíram as melhores jogadas do time, principalmente no primeiro tempo.
A presença de um “todo-campista”, teoricamente, favoreceria o desenvolvimento ofensivo do time. Porém, contra o Athletico, faltou parceria para Sara. Igor Gomes viveu noite ruim, assim como Marquinhos. Com Benítez, houve entendimento pelo lado esquerdo, mas não suficiente para ameaçar Santos.
Gabriel Sara lamenta chance perdida — Foto: Marcos Ribolli
Defensivamente, o São Paulo novamente se mostrou sólido. Arboleda teve nova atuação soberba, vencendo a maior parte dos duelos individuais. São dois jogos consecutivos sem sofrer gols, notícia positiva para quem briga na parte baixa da tabela.
O que deu errado
Sem Luciano, jogador de mobilidade e capaz de participar ativamente a armação, Ceni escalou Calleri na referência e Marquinhos no lugar de Vitor Bueno. O argentino viveu noite ruim e teve muita dificuldade com Thiago Heleno, principalmente.
Novamente, a irregularidade destrói o São Paulo. A intensidade e alta voltagem dos primeiros minutos, naturalmente, caem, e a equipe demora a encontrar alternativas. As mudanças de Rogério Ceni não causaram impacto, especialmente na metade final de segundo tempo.
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O São Paulo travou novamente e “jogou o jogo” do Athletico na parte final do confronto. A quebra de ritmo, combinada com a falta de resposta do time da casa, resultaram no 0 a 0, que, matematicamente, é ruim para os dois times.
Entretanto, diante de 43 mil pessoas e um contexto favorável, o São Paulo é quem sai frustrado e mais pressionado. A noite ideal para espantar a ameaça da segunda divisão terminou amarga.
Próximos passos
Igor Gomes lamenta chance perdida em São Paulo x Athletico — Foto: Marcos Ribolli
Rogério Ceni terá pouco tempo para corrigir os problemas ofensivos do São Paulo, que tem mais um duelo direto pela frente. No sábado, a partir das 21h30 (de Brasília), o Tricolor recebe o Sport, no Morumbi. O clube pernambucano soma 33 pontos e ocupa a vice-lanterna.
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