Conselho Fiscal cita “urgência” na venda de atletas para equacionar contas de 2021 no São Paulo

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GloboEsporte

 Leonardo Lourenço

Relatório descreve clube deficitário e alerta sobre discrepância entre receitas e despesas no futebol.

A mais recente análise do Conselho Fiscal do São Paulo, do dia 11 de novembro, aponta que “é cada vez mais urgente a venda de jogadores na próxima janela” para que o clube consiga equilibrar as contas.

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No documento, publicado no site do São Paulo, os conselheiros fiscais analisam os balancetes de agosto e setembro.

O órgão demonstra preocupação especificamente com o último, ao apontar que houve um “resultado financeiro muito ruim”, com despesas aproximadamente 70% maiores do que as receitas.

Julio Casares, presidente do São Paulo — Foto: Rubens Chiri / saopaulofc.net

Julio Casares, presidente do São Paulo — Foto: Rubens Chiri / saopaulofc.net

Nesse período, afirma o relatório, o São Paulo tornou-se um clube deficitário, “o que deverá ser uma constante até o fim do exercício aumentando ainda mais a dívida geral do clube”

Os conselheiros citam que os valores mais relevantes estão relacionados ao futebol profissional, com redução de despesas causadas por eliminações e pelo acordo para a rescisão do contrato de Daniel Alves.

– Desta forma, do ponto de vista fiscal, as rescisões e novas contratações geram despesas que são incompatíveis com a atual situação financeira do São Paulo Futebol Clube, determinando maior cautela e parcimônia para que o DNA do profissionalismo implantado não repita erros passados, com medidas inadequadas recorrentes em grandes clubes em face de resultados negativos – afirmam os conselheiros.

Eles também fazem um alerta:

– É preciso conciliar as decisões do futebol profissional com as finanças.

O último balancete, de setembro, demonstra que o São Paulo acumula um déficit de R$ 71,3 milhões em 2021.

O demonstrativo aponta que o clube avançou em receitas como as de direitos de TV (R$ 190 milhões), publicidade (R$ 15,5 milhões), sócio-torcedor (R$ 6,3 milhões), todas acima do orçamento. A negociação de atletas, porém, causa impacto: esperava-se vender R$ 144,6 milhões até setembro, mas o valor realizado é de R$ 75,8 milhões.

As contas apresentadas tendem a impactar na montagem do time para 2022. A diretoria de futebol, em declaração reforçada pelo técnico Rogério Ceni, já afirmou que não pretende fazer grandes investimentos para a contratação de atletas, buscando reforços na base tricolor ou em jogadores sem contratos.

O clube atualmente tenta renovar com o zagueiro Arboleda, que exige um aumento, e prorrogar o empréstimo do meia Benítez, que tem vínculo só até o fim desta temporada.

O time ainda corre risco de rebaixamento no Brasileiro – tem 45 pontos, cinco a mais do que o primeiro da zona da degola – e ainda pode conseguir uma vaga para um torneio internacional no ano que vem, com mais chances de se classificar para a Copa Sul-Americana.

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