Setor com mais opções no São Paulo, ataque também é o mais problemático; veja raio-x

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GloboEsporte

Eduardo Rodrigues 

Tricolor tem segundo pior ataque do Brasileirão; Ceni tem oito jogadores à disposição na frente.

O São Paulo vive um drama no Campeonato Brasileiro com a zona de rebaixamento cada vez mais próxima a seis rodadas do fim da competição. E muito desse momento ruim passa pela falta de objetividade dos atacantes.

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Segundo pior ataque do Brasileirão, com 24 gols marcados, o clube pode terminar essa edição com a sua pior performance na história. As piores marcas foram em 2013 e 2019, quando terminou o torneio com 39 gols em 38 jogos, média de 1,03.

Embora o setor seja um problema do elenco atual, as principais contratações da diretoria para a temporada foram justamente para o ataque. E nomes de peso, como os de Calleri, Rigoni e Eder.

Os três tiveram começos promissores na equipe, com gols e participação em outros tantos. No entanto, assim como toda a equipe, eles caíram de rendimento e não têm conseguido ajudar o São Paulo no momento de crise.

Calleri São Paulo x Flamengo — Foto: Marcos Ribolli

Calleri São Paulo x Flamengo — Foto: Marcos Ribolli

Curiosamente, o ataque é o setor do elenco que tem mais jogadores – são oito no total. Ou seja, há possibilidades para modificações, mas mesmo assim a falta de ofensividade e pontaria preocupam.

Abaixo, o ge analisa todos os jogadores da posição e mostra os números para tentar explicar o que acontece com os atacantes são-paulinos nesta temporada:

Calleri

Contratado no final de agosto, Calleri deu esperanças ao torcedor de que ele seria a solução para os problemas. Em outubro, marcou três gols em quatro jogos. No entanto, o atacante já não faz gol há três partidas e prejudicou o time contra o Flamengo.

Aos 9 minutos de jogo, ele deu uma forte entrada em David Luiz e foi expulso. Com um jogador a menos, o São Paulo não conseguiu se recuperar e foi derrotado por 4 a 0. Ele é desfalque contra o Palmeiras, na próxima quarta-feira, às 20h30, no Allianz Parque.

Seleção sportv analisa a expulsão do Calleri no São Paulo x Flamengo

Rigoni

Em determinado momento da temporada, o argentino foi considerado por alguns torcedores como uma das melhores contratações da história do clube nos últimos anos. Em seus primeiros 15 jogos com a camisa do Tricolor foram sete gols e quatro assistências.

Mas aos poucos a “magia” de Rigoni foi acabando. As tomadas de decisões na frente do gol, como na partida contra a Chapecoense em que ele perdeu dois gols na cara do goleiro, passaram a irritar a torcida. Ele já não marca há cinco jogos.

No último domingo, na goleada para o Flamengo, ele errou um domínio que daria boas condições de diminuir o prejuízo e ouviu os pedidos por Luciano dos mais de 47 mil torcedores que foram ao Morumbi.Ele tem 11 gols em 32 jogos.

Aos 12 do 1º tempo – Rigoni recebe livre, mas domina mal, tropeça, e a bola fica com Hugo

Luciano

Embora tenha sido o jogador mais ovacionado e com o nome gritado por praticamente todo o estádio no último domingo, Luciano vive o seu pior momento pelo São Paulo desde que foi contratado, no ano passado.

Há 11 jogos sem fazer um gol sequer, Luciano não é nem de perto o jogador decisivo que foi na última temporada. Em 2020, o atacante foi o artilheiro do Brasileirão e terminou o ano com 21 gols em 38 jogos. Em 2021, já são 37 partidas e apenas sete gols anotados.

A seca tem atrapalhado o jogador em campo. Nem mesmo na construção das jogadas ele consegue apoiar. Contra o Flamengo começou no banco de reservas.

Luciano pede desculpas à torcida, após goleada sofrida pelo São Paulo, contra o Flamengo

Pablo

Mesmo pouquíssimo utilizado por Rogério Ceni e na reta final de Hernán Crespo no comando, Pablo é o artilheiro do elenco são-paulino na temporada, com 13 gols marcados em 37 jogos.

Os números, porém, não são parâmetro para explicar as más atuações do jogador. No último jogo em que esteve em campo, diante do Red Bull Bragantino, por exemplo, ele foi apontado como um dos responsáveis pela derrota após atrapalhar Luciano em um lance quase na pequena área ao isolar a bola. Contra o Palmeiras, pela Libertadores, a crítica foi parecida.

Desde 2019 no São Paulo, Pablo tem cada vez menos prestígio com os torcedores e a relação desgastada parece não ter mais volta. Ele já não entra em campo há quatro jogos.

Aos 20 min do 1º tempo – finalização errada de Pablo do São Paulo contra o Bragantino

Eder

Aos 35 anos, Eder foi contratado como uma aposta na experiência. Por já ter defendido a seleção italiana e ter passado por grandes clubes da Europa, imaginou-se que o atacante daria conta do recado no Brasil. Mas não foi o que aconteceu.

Em 28 partidas na temporada, Eder tem apenas cinco gols e não conseguiu ter uma sequência com Crespo e agora, mesmo após a mudança no comando, também não tem espaço. Com contrato até o final de 2022, tem futuro incerto no clube.

Marquinhos

Quando foi promovido aos profissionais do São Paulo por Crespo, Marquinhos fez os olhos do torcedor são-paulino se encher de esperança. O jogo contra o Racing, pelas oitavas de final da Libertadores, foi o ápice do garoto, quando ele foi titular e fez um gol e deu uma assistência.

Desde aquele jogo de julho, porém, Marquinhos nunca mais foi o mesmo, muito por uma lesão na coxa que o afastou por quase dois meses. Mesmo agora recuperado, o garoto parece que ainda não tem total confiança no seu corpo e já não imprime a velocidade e habilidade de antes.

Quando esteve à disposição no banco de reservas, ele foi utilizado por Ceni em todas as ocasiões. Mas em nenhuma vez ele desequilibrou. Ele já não marca um gol há 14 jogos.

Marquinhos, do São Paulo — Foto: Marcos Ribolli

Marquinhos, do São Paulo — Foto: Marcos Ribolli

Rojas

Após se recuperar de duas lesões que o deixaram afastado por dois anos dos gramados, Rojas retornou como uma aposta de velocidade para o time. O seu contrato acabaria no final de 2020, mas a diretoria apostou no jogador e estendeu por mais um ano seu vínculo.

No entanto, Rojas só conseguiu ter um mês de destaque, quando fez dois gols em três jogos e deu uma assistência. De abril até agora, foram só mais dois gols de Rojas, que nunca mais fez jus à renovação.

Devido ao péssimo momento, a diretoria já conversa com o jogador e seus representantes sobre uma rescisão de contrato antes do término do vínculo, no final de dezembro.

Gol do São Paulo! Rojas recupera a bola no meio, avança e toca na saída do goleiro, aos 8′ do 1T

Vitor Bueno

Contratado em 2019, assim como Pablo, Vitor Bueno nunca foi uma unanimidade. Apesar de estar recebendo oportunidades com Rogério Ceni nas etapas finais das partidas, o atacante não empolga.

Nos 32 jogos disputados este ano, Vitor Bueno fez seis gols, a melhor marca pelo clube em uma temporada. Mas nenhum momento que tenha sido de extrema importância para o clube. O seu último gol foi no dia 14 de agosto.

Vitor Bueno em Rentistas x São Paulo — Foto: Staff images /CONMEBOL

Vitor Bueno em Rentistas x São Paulo — Foto: Staff images /CONMEBOL

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