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Clube vive grave crise financeira, e diretoria se divide entre conter gastos e injetar dinheiro.
O São Paulo inicia, nesta sexta-feira, o planejamento para 2022 em reunião marcada entre a diretoria e comissão técnica. O principal foco das conversas durante esse mês será alinhar o rumo que o clube irá adotar na questão financeira – o Tricolor tem uma dívida que se aproxima dos R$ 700 milhões.
Uma ala da diretoria prega a austeridade, com contenção de gastos e contratações modestas. Uma outra, porém, acredita que o certo a se fazer é injetar dinheiro em reforços para brigar contra as potências e fazer caixa através das premiações, marketing e bilheteria.
Além disso, no próximo dia 20, o Conselho Deliberativo vai votar a proposta de orçamento para a próxima temporada.
A reunião desta sexta ainda não deve definir a estratégia, mas a que mais ganha força nos últimos meses é a da austeridade. Isso porque o São Paulo vê a situação financeira cada vez mais complicada, e a ausência do clube na Libertadores de 2022 se tornou um agravante. O Tricolor jogará apenas a Copa Sul-Americana.
Presidente Julio Casares em evento na FPF — Foto: Henrique Toth
A chance que o clube vê em ter um reviravolta neste cenário é, principalmente, na venda de jogadores. Os garotos revelados na base e que se destacaram neste ano (Gabriel Sara, Rodrigo Nestor, Liziero, Luan e Igor Gomes) podem receber propostas até o final da janela de transferências.
No entanto, a diretoria já está ciente de que esta janela do começo do ano é mais “fria”, e o mercado para a contratação de jogadores do Brasil não é dos mais animadores em relação às cifras apresentadas pelos clubes do exterior.
Sem uma garantia de que haverá injeção de dinheiro até o começo de 2022 o São Paulo monitora jogadores em fim de contrato ou com baixo custo. Rodinei, do Flamengo, por exemplo, foi procurado pela diretoria para saber sua situação.
Rodinei, do Flamengo, foi procurado pelo São Paulo — Foto: Alexandre Vidal / Flamengo
O problema financeiro que impede o clube de se reforçar já causou mal-estar entre o técnico Rogério Ceni e a diretoria. Após a vitória contra o Juventude, Ceni concedeu uma entrevista coletiva em tom de despedida e citando as dificuldades do clube. Já nesta quarta, após derrota para o América-MG, reforçou que sua permanência depende de reforços.
Para pessoas que vivem o dia a dia do São Paulo, o discurso foi uma forma de pressionar a cúpula são-paulina para que se mexam em relação à contratações. Nesta sexta, o treinador deverá receber uma devolutiva sobre o tema.
No primeiro ano de gestão de Julio Casares foram nove reforços, sendo que apenas o zagueiro Miranda e os atacantes Rigoni e Calleri renderam o esperado. Os demais tiveram dificuldades e são contestados por parte da torcida. O atacante Bruno Rodrigues, inclusive, deixou o clube em julho.
A expectativa é de que em 2022 o número de contratados seja menor. Alguns jogadores das categorias devem ser promovidos aos profissionais. Juan e Rafael Silva, por exemplo, receberam oportunidades na reta final do Brasileirão.
O clube também terá uma lista de dispensas. Pelo menos seis atletas devem deixar o São Paulo até o começo de 2022.
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