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Encerrando 2021 com sua pior campanha no Brasileirão por pontos corridos, o São Paulo vive um clima de insatisfação, sobretudo do técnico Rogério Ceni e Muricy Ramalho, coordenador de futebol. Ambos já falaram em reforçar a equipe para o ano que vem. Levando em conta o desempenho ruim do ataque na Série A, a prioridade já está definida. Segundo Ceni afirmou em coletiva de imprensa após a derrota contra o América-MG, na última quinta-feira (9), a posição que o elenco mais precisa é a de atacante pelo lado de campo, efetivo no “um contra um”, como avalia o treinador.
“Temos bons jogadores em determinadas posições. O que falta são outros jogadores para complementar o tipo de elenco que a gente tem. E a decisão de ficar ou não logicamente depende muito disso. Não posso jogar uma história de 26 anos fora”, pontuou o comandante são-paulino. Para a função pedida, o técnico já conta com Rigoni, Marquinhos e Galeano. Com 11 tentos e seis assistências, o argentino terminou a temporada com o maior número de participação em gols da equipe, ao lado de Pablo, e é um dos destaques do elenco. Mas os outros dois, jovens e em processo de evolução, ainda não convenceram.
A necessidade de reforços para o sistema ofensivo se explica nos números. Em 16 temporadas da Série A no atual formato, com 20 equipes e 38 rodadas, o Tricolor nunca havia balançado as redes tão poucas vezes: foram 31 tentos – ou seja, uma média de menos de um gol por partida. Para a função de camisa 9, o clube já não deve buscar novas contratações, uma vez que o elenco conta com quatro finalizadores: Pablo, Luciano, Calleri e Éder. Dessa maneira, aumenta a prioridade na busca por um atacante de lado de campo.
Outra posição que deverá entrar na lista do clube é a lateral direita. Desde a conturbada saída de Daniel Alves, Igor Vinícius e Orejuela não conseguiram se firmar na posição. Além disso, com a possibilidade de não renovação de Arboleda, um zagueiro para acompanhar Miranda em 2022 pode se tornar uma prioridade para o elenco. Áudio de Muricy expôs situação conturbada no clube Um áudio vazado de Muricy Ramalho na última semana expôs o clima interno no São Paulo. Nele, Muricy afirma que o clube não pode estar na atual situação, brigando contra o rebaixamento, e utiliza o exemplo do rival Corinthians, que saiu da parte de baixo da tabela para terminar o ano com uma vaga na próxima Copa Libertadores.
“A gente percebe o discurso do presidente: “ah, não tem dinheiro, não tem nada”. O Corinthians também não tinha dinheiro no começo do ano, contratou quatro jogadores experientes e está na Libertadores”, diz o coordenador no áudio vazado. Muricy prossegue e comenta que considera sair do clube em caso de uma resposta negativa da diretoria para a busca por reforços, e mostra temer o que uma nova temporada ruim poderia fazer com sua imagem no Tricolor Paulista.
“Eu e o Rogério vamos fazer a mesma pergunta para ele e vai ter uma negativa de investimento e eu não vou ficar mais. Porque é muito sofrimento, cara. Eu tenho uma história lá, você sabe. O Rogério Ceni também tem uma história. A gente ia ficar marcado que o time caiu pela primeira vez, cara. É muito risco, entendeu?”, pondera. As falas de Muricy Ramalho se somam aos comentários de Rogério Ceni na coletiva de imprensa depois da derrota ante o América, que encerrou a pior campanha da história do clube na Série A.
Após a derrota por 2 a 0, o treinador não confirmou sua permanência no comando da equipe, a condicionando à melhora do elenco com novas contratações, como ao dizer que não pode “jogar fora” seus 26 anos de história no São Paulo. “É o momento de conversar, e vamos fazer isso para ver o que é possível de mudar para ver o que o clube tem como meta para 2022. É um prazer estar no São Paulo, mas tenho uma história aqui dentro. Qualquer coisa de ruim que aconteça em 2022 tem um peso muito grande para mim. Esse é o único problema. Talvez por me importar tanto eu tenha que refletir mais que uma vez para ver qual é a real possibilidade do clube”, afirmou o treinador.
Tal qual fez Muricy Ramalho, o comandante são-paulino também falou sobre o peso de manchar sua trajetória no clube com uma campanha ruim no ano que vem. “A [minha] história aqui é tão grande, e eu me preocupo com isso, para que não seja apagada, manchada com uma campanha ruim, um rebaixamento. Coisa que o São Paulo flertou até o final do campeonato”, avaliou o treinador.
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