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Leonardo Lourenço
Ação alega que mudanças visam perpetuar grupo político no poder; clube nega irregularidades.
A juíza Monica Lima Pereira, da 3ª Vara Cível do Foro do Butantã, em São Paulo, negou liminar pedida por um grupo de conselheiros do São Paulo para suspender a votação que irá analisar mudanças no estatuto do clube.
Ela acolheu argumentos do São Paulo de que os conselheiros, ainda que aprovem as alterações, terão que submeter as novas propostas à Assembleia de Sócios, além de afirmar que as irregularidades apontadas pelos opositores não ficaram comprovadas.
É possível recorrer desta decisão.
Votação do Conselho será online — Foto: Marcos Ribolli
Pedido de liminar
Um grupo de conselheiros de oposição foi à Justiça para tentar suspender a realização da reunião do Conselho Deliberativo do São Paulo, marcada para quinta-feira, que irá votar uma proposta de mudanças no atual estatuto do clube.
A ação cita supostas irregularidades na convocação e afirma que as alterações pretendem perpetuar o atual grupo político no poder do clube.
As propostas incluem a possibilidade de reeleição para o presidente, que atualmente cumpre mandato de três anos, a ampliação do mandato dos conselheiros de três para seis anos, a diminuição do número de conselheiros de 260 para 200 (sendo 120 vitalícios e 80 eleitos).
O São Paulo se manifestou nos autos do processo e afirmou que o grupo responsável pela ação distorce fatos e que o processo de reforma do estatuto é idôneo. O clube também reforça que a reunião do Conselho não altera o documento, missão que caberá à Assembleia de Sócios após análise e encaminhamento das propostas pelo conselheiros.
Os opositores pedem que seja concedida uma liminar para suspender a reunião, mas o caso ainda não foi analisado pelo juiz responsável.
A reunião, que antes seria realizada de forma híbrida, foi alterada para ser feita de maneira virtual. Opositores dizem que a mudança se deu após a convocação de protestos por torcedores, enquanto o clube diz se tratar de uma medida de atenção sanitária para evitar aglomerações.
As alterações no estatuto do São Paulo movimentam os bastidores desde novembro. A princípio, a votação ocorreria no dia 18, ainda com o Brasileirão em andamento. Diante da situação do time, que brigou para não cair, a reunião foi alterada para 16 de dezembro.
Ainda em novembro, o conselheiro vitalício Pedro Baggio cobrou o fim da confidencialidade nas alterações a serem discutidas no estatuto, que aparecera na primeira convocação aos membros.
Bastam 131 votos, um a mais do que a metade dos 260 conselheiros, para as alterações serem encaminhadas para decisão da Assembleia de Sócios.
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