O natural é o time do SPFC evoluir no decorrer das partidas e isso está, aos poucos, acontecendo. O Santos facilitou dando espaços ao procurar o jogo, ao contrário dos clubes pequenos que se fecharam e obrigaram o time do SPFC a lançar bolas na área, mas houve mais movimentação e mais construção de jogadas na partida contra o peixe. Rogério rebateu críticas que recebeu, pois o SPFC também vem mandando muitas bolas para área adversária neste início de temporada, disse que os europeus quando enfrentam adversários muito fechados lançam mão deste artifício também. Mas no jogo na vila famosa já houve um repertório maior, com jogadas de talento aparecendo, além de um gol de cabeça.
Muita coisa vai acontecer ainda, inclusive dois jogos super difíceis contra os outros dois grandes da capital. Aliás, estes dois adversários estão em estágio mais avançado do que o SPFC e os jogos deverão ser pedreiras enormes, mesmo sendo em casa. Tudo vai servir para sabermos a força que tem nosso atual tricolor. Muito se fala também das muitas trocas que o RC faz no time de partida em partida. Eu vejo isso para deixar o time ir pegando o melhor preparo, além de dar oportunidades a todos. O ex-treinador Ozório fazia isso muito, em exagero em minha opinião, e o RC já declarou que gosta deste treinador, tomara que não o repita. Mas me desculpem, o Miranda, Arboleda, Rafinha, Luan, Sara, Nikão e Calleri serão titulares. Reinaldo tenho quase certeza. Faltam apenas duas posições. Agora, poupar alguém e também fazer muitas trocas durante os jogos será coisa natural. Poder trocar 5 jogadores numa partida é coisa muito bacana, deveria ficar para sempre.
O assunto venda de clubes de futebol a um investidor e a consequente transformação do clube em uma empresa de futebol é o atual assunto quente no Brasil e no mundo. O SPFC está muito perto de fazer a alteração em seu estatuto e separar o clube social do clube de futebol, coisa boa. Isso é um passo para poder transformar o SPFC numa empresa do ramo do futebol, coisa que me agrada muito. Em Minas Gerais o Cruzeiro já é uma empresa, foi vendido. O Atlético está sob administração de empresários de fora do futebol. No Rio de Janeiro o Vasco está próximo e o Botafogo já é uma empresa pertencente a empresários de fora do futebol, e o Fluminense, para enfrentar o Flamengo, terá que se transformar, tenham certeza. Em SP o Palmeiras tem o controle da Crefisa, assim como já teve da Parmalat, e quando não teve controle externo caiu duas vezes para a segunda divisão. Acho o Santos forte candidato a ser o próximo. O RBB é uma empresa e cresceu muito após a transformação. No Sul ainda há apenas conversas. O caminho é obrigatório, tenho certeza. O Athletico PR se prepara para também tornar-se uma empresa.
Assim como vejo o futuro do futebol como empresa, vejo nossos treinadores a cada dia piores em comparação com os estrangeiros. Já citei muitas vezes o excelente livro do Maurício Noriega sobre os 11 melhores treinadores da história do nosso futebol. Gosto sempre de dizer que a lista é muito fraca, assim como gosto muito de dizer que nunca houve um único treinador brasileiro que tenha feito sucesso em algum bom clube europeu, e há vários argentinos, como o Simeoni por exemplo. O Luxemburgo saiu daqui para treinar o Real Madrid e passou vergonha. Sempre teve o sonho de treinar a seleção e pouco fez. Felizmente nunca treinou o SPFC, um antigo desejo dele também. Vejo o futuro do nosso futebol com muitos treinadores de fora do país, inclusive a nossa seleção, que só ganhou mundial quando teve um time muitas vezes superior ao das outras seleções. Nas últimas copas com time apenas competitivo em relação às outras, nossa seleção canarinho vem voltando mais cedo das copas, e não será diferente neste ano, pois Tite está longe de ser um grande treinador, é apenas um bom treinador. Por aqui a tática nunca foi relevante, sempre valeu mesmo a técnica. Aliás, nossos jogadores nunca foram muito admiradores de treino tático e os treinadores, como acabam vindo do campo, também não gostam. A vergonha que passou Renato Gaúcho, um dos “bons” da atualidade, na final da libertadores ilustra bem o que falo.
Salve o tricolor paulista, o clube da fé.
Carlito Sampaio Góes