GloboEsporte
José Edgar de Matos
Jovens como Pablo Maia e Diego Costa atuam em alto nível, e Tricolor domina o Santos.
Era a Vila Belmiro, mas poderia ser Morumbi, CT da Barra Funda ou Cotia. O São Paulo se apresentou diante do Santos, na casa do rival, de uma maneira madura, simbolizada nos desempenhos dos jovens Diego Costa e Pablo Maia. Duas crias de Cotia que atuaram em alto nível na melhor apresentação são-paulina na temporada de 2022.
O placar de 3 a 0 foi construído de maneira gradual. Se no primeiro tempo o São Paulo achou o gol na qualidade individual de Nikão e Eder, que combinaram cruzamento e cabeçada certeira, na etapa final o Tricolor controlou o jogo da maneira que quis.
Defensivamente, Rogério Ceni corrigiu um problema evidente ao substituir Reinaldo por Léo. O primeiro sofreu com Ângelo no 1 contra 1, e o setor fragilizado foi bem explorado pelo Santos, que terminou o primeiro tempo dominando o clássico. A partir da entrada de Léo, o jovem santista enfrentou mais dificuldades.
Diego Costa se destacou como um dos melhores do São Paulo na Vila — Foto: Rubens Chiri/Saopaulofc.net
Na zona central da defesa, Pablo Maia reforçou o setor e distribuiu bem o jogo, chegando até a finalizar de fora da área.
Mais atrás, Diego Costa viveu uma das melhores atuações individuais desde a promoção ao time de cima. Diante de Marcos Leonardo, perdeu poucos duelos e justificou o espaço dado neste início de ano.
Mais do que citar destaques individuais, o coletivo do São Paulo apareceu. Contra uma equipe que cede muitos espaços, a ideia de jogo de Rogério Ceni apareceu, com posse de bola, controle e movimentação.
O 3 a 0 veio ao natural, conforme o ritmo exibido por uma formação consistente de time na Vila Belmiro. Foram pelo menos 45 minutos para se absorver e levar de exemplo para o restante da temporada. O São Paulo está invicto há quatro jogos e amadurece, a cada jogo, um time. Rogério Ceni tem um plano.
O que deu certo
Pablo Maia foi um dos melhores do São Paulo na Vila Belmiro — Foto: Marcos Ribolli
Por falar em coletivo, o segundo gol merece destaque. Antes de Gabriel Sara dividir com Eduardo Bauermann e ampliar o placar (na súmula está gol contra), a bola passou por todos os jogadores em campo.
A ideia de atrair o rival para o seu campo e buscar espaços foi executada com precisão, simbolizada no passe mais longo de Rafinha que encontrou Calleri com muita liberdade no setor central. O centroavante abriu para Alisson, que achou Gabriel Sara na área.
Este trabalho de bola com paciência e movimentação marcou a atuação do São Paulo. Contra equipes que cedem espaços, Rogério Ceni mostrou ter um plano.
O que deu errado
Rogério Ceni corrigiu o problema da marcação na esquerda no intervalo — Foto: Marcos Ribolli
Como uma vitória marcada pela evolução do time dentro de campo, entre primeiro e segundo tempo, alguns pontos merecem a atenção de Rogério Ceni, como a presença de Reinaldo em duelos contra atletas velozes e habilidosos como Ângelo.
A marcação pelo setor esquerdo ficou exposta durante a segunda metade do primeiro tempo, e o São Paulo sofreu. A vantagem no placar acabou ameaçada nestes duelos individuais.
Próximos passos
Eder comemora o gol contra o Santos, que abriu o placar na Vila Belmiro — Foto: Marcos Ribolli
Uma vitória para aumentar a confiança e ratificar um novo momento neste início de temporada. Invicto há quatro jogos, com três triunfos neste período, o São Paulo retorna a campo para o primeiro duelo nacional da temporada (e já decisivo).
Na quinta-feira, o Tricolor encara o Campinense, em Campina Grande, pela primeira fase da Copa do Brasil. A bola rola no estádio Amigão a partir das 21h30 (de Brasília).