Análise: Ceni supera susto inicial no Paulista, roda elenco e vê São Paulo avançar mais forte ao mata-mata

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GloboEsporte

Leonardo Lourenço

Time chegou a flertar com crise no começo do estadual, mas jogará fase final confiante.

Há problemas na equipe do São Paulo, e o atual campeão paulista não chega aos mata-matas deste ano como favorito ao título – posto que cabe ao Palmeiras. Mas está claro que o time (que venceu o Botafogo-SP por 2 a 1 neste sábado) evoluiu desde a primeira rodada e avança à fase final mais confiante após flertar com a crise logo no começo do torneio.

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O São Paulo, ainda sob o peso da péssima campanha no Brasileiro de 2021, fez apenas um ponto nas três primeiras partidas do Paulista e, nas duas primeiras vitórias, contra Santo André e Ponte Preta, sofreu.

Rogério Ceni, técnico do São Paulo, no jogo contra o Botafogo-SP — Foto: Marcos Ribolli

Rogério Ceni, técnico do São Paulo, no jogo contra o Botafogo-SP — Foto: Marcos Ribolli

O desempenho melhorou dali em diante, em especial nos clássicos contra Santos (um inquestionável 3 a 0 na Vila Belmiro) e Corinthians (1 a 0, sem deixar o rival jogar), mas restam dificuldades para furar equipes que se retrancam.

O time de Rogério Ceni, porém, é mais confiante do que demonstrou no começo do torneio, ainda que isso talvez seja insuficiente para conquistar o bicampeonato.

– No início do campeonato não começamos bem, tínhamos poucos dias de treino, 17 jogadores com covid na primeira semana, não tínhamos condições físicas para brigar com alguns adversários, o que talvez nos tenha deixado em uma posição desfavorável – disse Rogério Ceni após o jogo contra o Botafogo.

– Mas é um time que não deixa de lutar e é uma equipe psicologicamente mais forte do que ano passado. A longo prazo, é um time que chegará em uma posição superior ao que foi ano passado (no Brasileiro). Bem mais firme, fisicamente melhor e com mais opções de troca – completou.

Contra o Botafogo, no sábado, no Morumbi, Ceni aproveitou para poupar parte de seus principais jogadores e deu chance a atletas como o goleiro Thiago Couto e o lateral-direito Nathan, que ainda não tinham jogado na temporada, e Welington, que mostrou na partida ter condições de jogar mais vezes, ainda que Reinaldo e Léo estejam à sua frente na lateral esquerda.

Nos 12 jogos, Ceni usou quase todos os jogadores de linha inscritos no Paulista – só o zagueiro Beraldo não jogou –, além de seus três principais goleiros. Conseguiu testar todo mundo, apesar de não ter evitado as temidas lesões – Gabriel Sara, que tem sido protagonista do time, é quem mais preocupa, com uma entorse, e não deve voltar à equipe para o duelo contra o São Bernardo, terça, no Morumbi, pelas quartas de final.

O jogo

O 2 a 1 sobre a equipe de Ribeirão Preto foi mais complicado do que parecia, principalmente depois de um primeiro tempo em que o São Paulo foi bem melhor, abriu o placar com só cinco minutos (Rigoni) e poderia ter feito mais (Rigoni depois perdeu um gol inacreditável).

Houve oportunidade no segundo tempo para fazer 2 a 0, mas Nikão perdeu um pênalti mal batido. O camisa 10 – cuja camisa expõe a expectativa criada com sua chegada, em janeiro – ainda tem dificuldades no time, com poucos momentos de brilho por enquanto.

Após esse lance, o Botafogo, que ainda tinha chance de se classificar, se lançou mais ao ataque, acertou a trave e, depois, empatou em um chute de fora da área.

O 1 a 1 deixou a torcida impaciente no Morumbi e revelou novamente a dificuldade do São Paulo no ataque.

Luciano comemora gol do São Paulo contra o Botafogo-SP — Foto: Marcos Ribolli

Luciano comemora gol do São Paulo contra o Botafogo-SP — Foto: Marcos Ribolli

O gol da vitória saiu no fim, em um rebote que Luciano, sempre ovacionado pela torcida, aproveitou e fez.

O resultado é importante para o time, que, com 23 pontos, tem a segunda melhor campanha do Paulista – só o Corinthians, que joga contra o lanterna Novorizontino, pode passar. O Tricolor tem chances de manter a vantagem de jogar no Morumbi caso avance à semifinal.

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