GloboEsporte
Eduardo Rodrigues
Tricolor mostrou disciplina e dá amostras de que pode brigar por mais.
O gol de Calleri aos 51 segundos de jogo foi a primeira e mais contundente amostra da alta rotação que o São Paulo entrou em campo na tarde do último sábado para vencer o Corinthians, no Morumbi, pela décima rodada do Campeonato Paulista.
A equipe comandada por Rogério Ceni se apresentou como há muito tempo não se via. O Tricolor entrou ligado e permaneceu com a concentração até o último instante do clássico vencido por 1 a 0.
Com o placar aberto logo cedo, o São Paulo pôde jogar da forma que esta equipe gosta: no contra-ataque, com um adversário mais aberto.
Rogério Ceni, então, armou a armadilha perfeita para esse tipo de ocasião. A defesa ficou bem postada e sem vacilar diante de uma equipe técnica que contou com Renato Augusto, Willian, Giuliano e Paulinho como principais articuladores.
Calleri comemora gol do São Paulo contra o Corinthians — Foto: Marcos Ribolli
O Corinthians até conseguiu algumas chances perigosas, como uma bola na trave, mas foi o São Paulo quem mais se beneficiou do jogo com as roubadas de bola na entrada da área. Logo que havia o desarme, o meio de campo prontamente aparecia para puxar o contra-ataque.
Mesmo sem aquele jogador veloz no ataque, o Tricolor fez triangulações e invertidas rápidas para surpreender o Corinthians. Com isso, esteve mais perto de fazer o segundo gol do que de sofrer o empate.
– Nós tivemos muitos méritos em nos entregarmos taticamente ao jogo. Acho que taticamente o jogo foi o que mais me agradou. Acho que soubemos compreender o Corinthians e também ter a humildade de jogar contra um time que se demonstrou mais técnico que o nosso, mas que nós tivemos mais comprometimento depois do gol para defender, o que propiciou sete oportunidades de finalizar dentro da área e demos pouca chance de gol para o adversário – afirmou Rogério Ceni na entrevista coletiva.
O meio de campo nesse caso foi a grande chave são-paulina. Formado apenas por jogadores de Cotia – Pablo Maia, Rodrigo Nestor, Igor Gomes e Gabriel Sara –, o setor mostrou intensidade e inteligência para desarmar e armar.
A entrega foi tanta que os meio-campistas terminaram a partida esgotados. Pablo Maia e Rodrigo Nestor foram substituídos devido ao cansaço. Já Igor Gomes passou os 15 minutos finais de jogo com dores no gramado.
Eder, Rodrigo Nestor e Willian em São Paulo x Corinthians — Foto: Marcos Ribolli
Mesmo com o esgotamento físico explícito no fim do confronto, o São Paulo conseguiu segurar o Corinthians na disposição e no incentivo vindo das arquibancadas do Morumbi, com mais de 39 mil torcedores.
O conjunto da obra foi animador. O Tricolor mostrou que é capaz de brigar contra as melhores equipes do país e que pode sim brigar por coisas maiores na temporada.
O fator preocupante, porém, é que esse elenco não consegue manter a regularidade de intensidade e aplicação técnica em seguidos jogos. O exemplo mais recente foi na sequência contra Santos e Campinense. Depois de fazer um 3 a 0 convincente contra o Peixe, apenas empatou em um jogo ruim diante do time paraibano.
Se Rogério Ceni conseguir fazer com que a cara do São Paulo seja a apresentada no sábado, o torcedor pode se animar e até sonhar com alguma conquista neste ano. O Paulistão já começa a ser uma realidade, visto que na fase final a tendência é de confrontos diante dos grandes rivais, os quais o Tricolor tem se dado bem.
Na próxima quinta-feira, às 20h30, no Morumbi, a equipe tem mais um bom teste para colocar à prova tudo que foi demonstrado diante do Corinthians. O adversário da vez é o Palmeiras, recém-campeão da Recopa Sul-Americana e atual campeão da Libertadores.
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