GloboEsporte
Felipe Ruiz, Joanna de Assis e José Edgar de Matos
Volante de apenas 20 anos engatou sequência de jogos e vem se destacando no Tricolor.
Pablo Maia tem duas personalidades. Dentro de campo, o espírito de liderança criado em Cotia se transportou para uma rápida adaptação ao elenco profissional do São Paulo. Praticamente um titular absoluto com Rogério Ceni neste início de temporada, o jovem de 20 anos se apresenta tranquilo, fã de moda de viola e com uma inspiração made in Cotia: Casemiro.
– Ainda não tive a oportunidade de conversar com ele, mas eu miro o Casemiro. Acompanho ele há tempos. Eu me inspiro no Casemiro. Ele tem características parecidas com as minhas. Procuro observá-lo porque ele faz um papel parecido com o meu dentro de campo – comentou Pablo Maia, em conversa exclusiva com o ge.
Quem vê o “close” de Maia como titular dos últimos sete jogos do São Paulo, não viu o “corre” que o levou até este momento.
Pablo Maia conversa com Rogério Ceni; jogador vem sendo titular do time — Foto: Rubens Chiri/Saopaulofc.net
Mineiro de Brazópolis, cidade no interior de Minas Gerais com pouco mais de 14 mil habitantes, segundo dados de 2021 do IBGE, Pablo Maia deixou o conforto de ter os pais ao lado para tentar o sonho de ser profissional.
O primeiro destaque veio aos 11 anos, quando ainda iniciava a carreira com a camisa de um clube da cidade natal. Pablo atraiu a atenção de um olheiro da Independente de Limeira em um torneio em São Carlos e se mudou para o interior paulista. Sozinho.
– Era uma dor no coração quando estava indo, mas estava buscando o sonho. Acho que você vai formando sua personalidade com o tempo. Mas, sozinho, você tem que ser mais responsável. Acho que isso me ajudou bastante a ser quem sou agora – destaca.
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– Nunca pensei em desistir. Sempre tive o apoio da família, que, sempre quando eu estava para baixo, me apoiava – acrescenta o volante são-paulino.
Depois de pouco mais de um ano no clube de Limeira, Pablo cruzou uma parte do estado para jogar na Portuguesa Santista. Aos 15, chamou a atenção do São Paulo e se mudou para Cotia.
No clube, virou referência na base. Em campo, Pablo é falante e tem um espírito de liderança que contagiava os colegas. Sob o comando de Alex, no sub-20, virou capitão após uma eleição realizada com os outros companheiros de equipe.
A personalidade, entretanto, contrasta com a tranquilidade fora dos gramados. Diante da reportagem, falas curtas e um tom de voz tímido confirmavam a própria visão do meio-campista sobre si.
– Sou um cara bem tranquilo. Gosto de ficar na minha de boa e escutar um sertanejo das minhas origens. Sou mais moda de viola e um pouco sertanejo universitário – conta o titular do São Paulo, que, em campo e com a camisa tricolor, mostra a outra personalidade que encanta dentro do clube.
– Podem esperar um Pablo Maia com muita vontade, gana para vencer e ajudar – promete.
– Eu sou bem tranquilo e me dou bem com todo mundo. Fico mais no meu canto mesmo, mas, quando a bola rola, eu não fico para trás e procuro dar o meu melhor. Procuro sempre evoluir para ajudar a equipe – finalizou o volante.
Confira mais do papo com Pablo Maia:
Esperava ganhar espaço tão rápido?
– Pela Copinha que fizemos, não só eu como os outros, estávamos sendo preparados para ter oportunidades e dar o melhor quando aparecesse. Sabia que teria uma chance e que não poderia deixar passar. Foi o que consegui mostrar e está dando tudo certo.
Como tem sido a relação com o Rogério Ceni?
– No dia a dia, ele passa muita confiança. Rogério me ajuda bastante no posicionamento de marcação e também por sempre falar para eu soltar a bola sempre o mais rapidamente possível.
Pablo Maia foi um dos melhores do São Paulo na Vila Belmiro — Foto: Marcos Ribolli
O que ele te pede mais?
– No dia a dia, ele passa muita confiança. Rogério me ajuda bastante no posicionamento de marcação e também por sempre falar para eu soltar a bola sempre o mais rapidamente possível. Rogério sempre fala para a gente procurar jogar e estar bem posicionado para receber. Isso é tranquilo de fazer.
Você tem o apelido de “mineirinho”. Mas, em campo, você tem um perfil de liderança. Já se sente à vontade para falar nos jogos?
– Estou me sentindo bem no profissional. Todos me receberam bem, jogadores e comissão. Isso me fez ficar tranquilo. Tenho uma boa comunicação em campo, conversamos bastante. Na base era a mesma coisa. Um procurava ajudar o outro para atuarmos bem dentro de campo.
Também já te chamaram de Luganinho…
– No sub-17 fomos campeões e joguei de zagueiro, aí fizeram essa brincadeira. Não quero ser comparado com ninguém, ainda mais com ele, que tem uma linda história. Foi uma brincadeira por ter sido campeão. O que pego de lição do Lugano é a vontade e a gana de vencer. Isso tenho que levar para mim sempre.
Pablo Maia teve rápida ascensão no São Paulo — Foto: Erico Leonan / saopaulofc
Agora você terá a concorrência do Luan, antigo titular. Como é a relação com ele?
– Luan é um cara tranquilo e conversa comigo com uma relação boa. Tenho que pegar exemplo do que ele tem boa marcação e saída de bola. É um cara que tenho uma boa relação.
E como foi lidar com o erro na semifinal da Copinha? Quem te ajudou a superar aquilo tão rapidamente?
– Serviu como aprendizado. Falhei, foi um erro. Consegui colocar a cabeça no lugar com o apoio de todos e seguir em frente, pois foi apenas um erro. O Alex, jogadores e comissão técnica vieram conversar comigo e falaram que aquilo não apagaria a história que fizemos. Todo mundo me tratou bem e conseguiu me dar apoio para este momento.
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