GloboEsporte
Leonardo Lourenço
Tricolor cede empate duas vezes e deve perder posições até o fim da rodada.
Quando o primeiro tempo contra o Ceará terminou, a impressão era de que a história recente continuaria se repetindo: o São Paulo deixaria o Morumbi, neste sábado, com a vitória mais uma vez, como nas 11 partidas anteriores.
O placar era apertado, 2 a 1, mas o desempenho e a superioridade sobre o rival permitiam acreditar, sem temor, que a vantagem seria ampliada nos 45 minutos finais.
São Paulo só empatou com o Ceará no Morumbi — Foto: Marcos Ribolli
Mas o time perdeu força no segundo tempo, o ataque se esfarelou e o Ceará empatou.
Foi-se a chance de assumir a liderança do Brasileiro, o que aconteceria com a vitória, e também a de igualar a série de 12 triunfos seguidos no Morumbi, como fez o time de 2015, a maior do clube.
Com o resultado, o São Paulo subiu uma posição: agora é o segundo colocado, com 13 pontos, à frente do Palmeiras, que joga neste domingo. O Corinthians lidera, com 14.
O empate frustra quem esteve, por alguns instantes, na ponta do torneio – e as vaias de torcedores no fim do jogo demonstram isso –, mas o São Paulo mantém-se no alto da tabela, ainda que sob risco de perder posições ao fim da rodada.
Neste sábado, Calleri abriu o placar cedo, aos sete minutos, numa cabeçada certeira. O argentino fez outros dois gols, ambos anulados – o primeiro deles precisou que o VAR apontasse toque de mão de André Anderson no início da jogada, o outro num impedimento claro.
Os visitantes, pouco efetivos, conseguiram empatar num erro tricolor, quando Arboleda tocou mal e entregou o contra-ataque que Cleber aproveitou para marcar na saída de Jandrei.
O desempate se deu logo depois: Calleri recebeu na área, protegeu a bola e rolou para Rodrigo Nestor, que bateu no canto.
Parecia que mais gols sairiam com naturalidade no segundo tempo.
Mas o time piorou. No intervalo, Rogério Ceni tirou André Anderson e colocou Eder. A equipe parou. As bolas não chegavam mais a Calleri, que desapareceu na etapa final.
O jogo ficou morno, o que talvez fosse suficiente, já que o Ceará não demonstrava condições de empatar. Mas não foi o que aconteceu.
Num escanteio, a bola foi desviada no primeiro pau do São Paulo e ficou limpa para Mendoza empatar – Igor Vinícius vacilou, perdeu a marcação e ainda deu condições ao atacante do Ceará. O gol foi anulado em campo, mas depois confirmado pelo VAR.
É o segundo jogo seguido em que o São Paulo, após um bom primeiro tempo, cai de produção no segundo – foi assim no clássico contra o Corinthians, outro empate.
A liderança não se confirmou, mas o time ainda se coloca entre os ponteiros. A força do elenco tricolor e as condições desse time serão testados mais vezes a partir de agora, porém.
Acabaram os jogos em que tropeços eram tolerados – como foi a fase de grupos da Sul-Americana, contra rivais muito frágeis e em que os reservas e garotos da base bastaram para uma classificação sem sustos enquanto os titulares descansavam.
Nas oitavas de final da Sul-Americana e da Copa do Brasil e com o Brasileiro como prioridade, Rogério já indicou que as folgas devem ser bem mais raras – o que eleva o risco de lesões, como as que afetaram a temporada passada.
O time, porém, terá um período de quase um mês para se preocupar apenas com o Brasileiro e para tentar consolidar a posição de candidato ao título – os jogos dos torneios eliminatórios só voltam no fim de junho. Neste domingo, torce do sofá por vacilos de Corinthians e Palmeiras.
Calleri festeja gol do São Paulo contra o Ceará, o oitavo dele no Brasileiro — Foto: Marcos Ribolli
A manutenção dessa condição do São Paulo ainda dependerá de alguns fatores, como a saúde do elenco, quantos jogadores deixarão o time no meio do ano e até da recuperação ou não de antigos favoritos.
E, também, que o time consiga evitar essas alterações de desempenho em uma mesma partida.
O São Paulo agora terá a semana de folga e volta a campo no sábado, contra o Avaí, em Santa Catarina, pela nona rodada do Brasileiro.
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