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José Edgar de Matos, Laura Monteiro, Miler Alves e Pedro Rocha
Goleiro assumiu a posição de titular e vem ganhando a confiança do treinador e ídolo tricolor.
Ser goleiro é estressante. Do São Paulo, ainda mais depois da aposentadoria de Rogério Ceni. E para Jandrei, titular do Tricolor, que no domingo tem clássico contra o Corinthians, às 16h, fora de casa, pelo Brasileirão, a missão tem um componente que aumenta a responsabilidade: o ex-goleiro é seu técnico.
Aos 29 anos, Jandrei procura encarar o desafio de se firmar como goleiro do São Paulo, sob a batuta de Rogério, com leveza e um lado gamer.
Se em campo o goleiro procura seguir as dicas de Rogério Ceni para manter o foco, longe dele os jogos online surgem como escape contra o estresse. Mas nem sempre dá certo…
– Tenho meu squad (time) que jogo há tempos Eu passo raiva, bastante raiva (risos). Entro para tirar o estresse e saio mais estressado do que sentei na minha cadeira – brincou o goleiro, que acrescentou:
– Jogo Call of Duty, CS (Counter-Strike) e também Valorant com meu irmão, mas jogo mais COD. Alguns do elenco gostam, mas mais CS.
Jandrei se estabeleceu como goleiro titular logo no primeiro ano de clube — Foto: Marcos Ribolli
Os jogos para tirar o estresse (que estressam, às vezes) surgem como escape da enorme responsabilidade de ser goleiro no São Paulo. Jandrei sabe o tamanho da missão, ainda mais no atual cenário.
Computador personalizado de Jandrei, com as cores e o símbolo tricolor — Foto: Reprodução
O clube vendeu o experiente Tiago Volpi para o Toluca, do México, e deixou o titular da posição com apenas garotos na concorrência. Thiago Couto, que jogou na quinta-feira contra o Jorge Wilstermman, ocupa atualmente o posto de primeiro reserva de Jandrei.
– Tendo o Rogério na história do São Paulo, como Zetti, enfim, poderia falar vários nomes de goleiros, é normal essa cobrança a mais, essa comparação, ainda mais por ser um passado recente aí, está fresco na memória de todos o Rogério como goleiro. É uma responsabilidade muito grande vestir essa camisa, mas também é uma honra defender essas cores – afirmou.
– Ser goleiro já é difícil em qualquer clube. É uma posição difícil, na qual temos que ter esse cuidado com os riscos. O goleiro é o único jogador que não pode errar nunca – completou o goleiro.
Confira o papo completo com Jandrei:
Por que o São Paulo?
– Sempre busco novos desafios e quero estar jogando. Vim para o São Paulo para disputar posição. Quando vim foi pela oportunidade de jogar mais, ter mais sequência de jogo. Estava precisando disso. Está sendo muito bom para mim.
Quais as dicas que tem recebido de Rogério Ceni? No que ele mais tem te auxiliado, sendo referência na posição enquanto jogador?
– É difícil colocar a maior dica do Rogério. Ele fala muitas coisas. Desde que cheguei, a gente vem trabalhando muito essa questão da saída de bola com os pés. Ele sempre conversou e falou comigo sobre questão de concentração, sobre saber os riscos que estamos correndo e quando correr esses riscos.
– Ele fala muito de quando precisar ter a decisão diferente da que entramos pensando no jogo; no tiro de meta, por exemplo, sobre lançar ou sair jogando, ele sempre orienta para que a gente tome as melhores decisões. Rogério conversa muito com a gente, são coisas básicas também para que a gente entre bem ligado e consiga sair na frente, que sabemos que é muito importante. Correr na subida é complicado.
– Nos treinos de goleiro, ele acaba não se metendo. A gente treina a questão de sair jogando, com o time junto. O específico do goleiro ele não acompanha.
Jandrei tem sido importante também no trabalho com os pés — Foto: São Paulo FC
Imaginamos que a experiência dele na posição entre bastante no diálogo com vocês…
– Ele fala muito sobre o posicionamento, tanto o dos goleiros quanto os dos jogadores de linha, para que facilite o passe e a saída jogando, para que a gente mantenha a bola pelo maior tempo possível. Ele orienta os jogadores em cobrança de falta. Eu quero uma bola mais reta, uma batida assim, ele pede nos treinos táticos, por exemplo.
É diferente jogar no São Paulo em comparação com o que você encontrou na carreira?
– É um time gigante, um clube de tradição e com uma das maiores torcidas que temos aqui no Brasil. É bem diferente de tudo o que tinha vivido e passado nos outros clubes. Tive um período de adaptação quanto a isso, mas foi tranquilo.
Você é fominha como o Rogério Ceni? De querer jogar sempre…
– Sempre que possível quero estar em campo, como falei desde a minha chegada. Quero ajudar da melhor forma. Se for escolha dele de não estar jogando, vou respeitar e ajudar.
E tem treinado falta com o Ceni?
– Não tem como bater falta como o Rogério. Treinamos muita coisa, o tempo é corrido. Temos pouco tempo de treino, então fica corrido para fazer os treinamentos diários, algo mais rápido, não da forma que queríamos fazer, por conta das viagens e tudo mais. Falta e pênalti acaba ficando de lado, não tem tempo para treinar não.
Jandrei volta ao gol do São Paulo no clássico com o Corinthians — Foto: Marcos Ribollihttps://5f7775afae03b7a10637bcedb42da780.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html
Principal cobrança é sobre a saída de bola? Como tem sido esse trabalho?
– É algo treinado. Falei várias vezes, Rogério já falou, treinamos muito para achar essas soluções, não para ser só uma saída de bola bonita. Há riscos, mas é sempre algo treinado, algo que entendemos que vá ajudar o grupo.
– Há momentos que temos que dar o chutão, não tem que fazer. Há momentos que o risco não compensa, não vale a pena, e a melhor opção é a bola longa no centroavante. Temos isso tudo bem treinado.
O Matteo, eu filho, leva jeito para o gol?
– Ele gosta de se atirar, vê bastante os jogos, vai sempre. Sempre que quer jogar bola, quer ir no gol e fica se atirando no chão. Parece que terá jeito para a coisa, mas vamos deixá-lo escolher.
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