Por que Ceni faz questão de manter Nestor e Igor Gomes no São Paulo? Comentaristas explicam

GloboEsporte

Rogério Ceni deixou claro na entrevista coletiva do último domingo, após o clássico contra o Corinthians, que perder Igor Gomes e/ou Rodrigo Nestor na janela de transferências do meio do ano será prejudicial para a sequência do São Paulo na temporada.

Revelados pelas categorias de base do clube, os jogadores tiveram um período de contestação por parte da torcida, principalmente no ano passado, na luta contra o rebaixamento. Com Ceni, porém, eles se reinventaram e têm sido fundamentais neste começo de Campeonato Brasileiro.

A dupla foi utilizada por Rogério Ceni em praticamente todos os jogos importantes do ano. Rodrigo Nestor esteve em campo em 26 jogos dos 32 possíveis. Ele tem quatro gols marcados e já vive a temporada mais goleadora de sua carreira.

– Eles são jogadores que têm senso de ocupação de espaço, que para o treinador é muito interessante, porque aí ele consegue mexer o time sem mexer nas peças. O Rodrigo Nestor é esse jogador e vem jogando muito bem. Um jogador que ataca muito bem os espaços, sai lá de trás e vai para frente, vem jogando mais como segundo volante. Ele tem essa característica de o tempo todo se apresentar na frente – afirmou Leonardo Miranda, do blog Painel Tático, do ge.

Gol de Rodrigo Nestor em São Paulo x Jorge Wilstermann — Foto: Marcos Ribolli

Igor Gomes, por sua vez, disputou 24 partidas em 2022 em uma mudança de função proposta pelo treinador. Antes um jogador quase que exclusivamente destinado para a criação, ele agora também ajuda na parte defensiva e tem se destacado.

– O Igor Gomes é o famoso motorzinho, como o Gabriel Sara, quando joga, quando está fisicamente bem também é. Então é aquele jogador que se movimenta todo tempo, se apresenta, toca na bola, que ajuda o time a construir. Esse tipo de movimentação é muito importante. Às vezes não é uma movimentação que rende gol, por exemplo, mas é um tipo de movimentação que ajuda a construir o gol – analisou Leonardo Miranda.

O São Paulo ainda não tem propostas oficiais pelos jogadores, mas o clube está certo de que a partir de junho o assédio irá aumentar. No ano passado, o Tricolor recusou investidas.

Igor Gomes ouve instruções de Rogério Ceni em Bragantino x São Paulo — Foto: Rubens Chiri/saopaulofc.net

Segundo o comentarista Alexandre Lozetti, a saída de pelo menos um deles pode custar a temporada, que até o momento é positiva pra o São Paulo – vice do Paulistão, classificado para as oitavas de final da Copa Sul-Americana e da Copa do Brasil e terceiro colocado no Brasileirão.

– Por não possuir no elenco atacantes velozes e dribladores, o São Paulo precisa de meio-campistas que consigam, ao mesmo tempo, controlar o jogo e, a partir da posse de bola, da aproximação de jogadores de boa técnica, criar. Igor Gomes e Rodrigo Nestor se complementam e preenchem essa lacuna. Nestor é muito criativo. Precisa competir mais, crescer e ser regular em jogos fisicamente mais duros, mas tem a visão e a execução muito apuradas – afirmou Lozetti.

– Igor amadureceu fisicamente. Falta a ele justamente a capacidade de definição. Com gols e assistências, subiria muitos degraus, mas, hoje, é imprescindível ao São Paulo por sua disciplina tática, pela forma como acelera jogadas na transição ofensiva. A bola anda rápido quando passa pelos dois, e isso, num time de pouca correria, é essencial. Vendê-los, ou mesmo apenas um deles, pode custar a temporada – completou.

A multa rescisória dos jogadores é de 50 milhões de euros cada. Rogério Ceni fez um apelo para que a diretoria os venda por, pelo menos, 10 milhões de euros.

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