Calleri x Cano: compare números e mapas de participação dos artilheiros do Brasileirão

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GloboEsporte

 Bruno Imaizumi*

Confronto entre São Paulo e Fluminense coloca artilheiros do campeonato frente a frente. Calleri precisa participar mais da construção das jogadas do seu time.

Argentinos, atacantes tricolores e artilheiros de um toque só. O confronto deste domingo no Morumbi colocará o artilheiro e o vice-artilheiro do Campeonato Brasileiro frente a frente: Calleri Cano. Um levantamento detalhado feito com os dados do Espião Estatístico traz uma comparação dos números dos dois atacantes, que são referências no ataque de seus times e destaques deste Brasileirão.

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O que mais chama atenção é que a maioria dos gols marcados pelos argentinos ocorreram com apenas um toque na bola: oito dos dez gols de Cano e oito dos nove de Calleri. Como mostramos recentemente, os dois costumam finalizar em melhores condições que a maioria dos jogadores da competição e são muito eficazes.

Carrossel Calleri e Cano — Foto: Info esporte

Carrossel Calleri e Cano — Foto: Info esporte

No Brasileirão, Germán Cano tem 48 finalizações e 10 gols: são oito cabeçadas (três gols), uma barrigada (um gol), 27 chutes com a perna direita (cinco gols) e 12 com a esquerda (um gol).

Das 27 finalizações com a perna boa, 15 foram de primeira (quatro gols) e 12 foram com mais de um toque (apenas um gol). Com a perna esquerda, metade dos chutes ocorreram de primeira e a outra metade ajeitando, com o gol saindo com mais de um toque na bola.

Jonathan Calleri tem 44 finalizações na competição, quatro a menos que o seu compatriota. Foram 15 cabeçadas (quatro gols), uma finalização de letra, 23 com a perna direita (quatro gols) e apenas cinco com a perna “ruim” (e um gol).

Dessas 23 finalizações com a perna boa, foram dois pênaltis (um convertido), oito de primeira (três gols) e 13 ajeitando (nenhum gol). O gol feito com a perna esquerda vem de uma finalização ajeitada. Ou seja, até agora, Calleri não marcou gol quando finalizou com a perna direita dando mais de um toque na bola.

Comparação no campinho:

Quando analisamos outras estatísticas que não são finalizações, é possível notar que Jonathan Calleri acaba participando muito mais da construção das jogadas do São Paulo do que Germán Cano pelo Fluminense.

O atacante do Tricolor Paulista tem 232 passes registrados na competição (63 errados, com 72,8% de precisão), enquanto o do Tricolor carioca tem 206 (39 errados, com 81,1% de precisão). Calleri acaba errando mais porque 60% dos seus passes ocorrem no último terço do campo, onde acaba arriscando mais nas jogadas. Apenas 31% dos passes de Cano ocorrem no último terço (o jogador costuma finalizar mais e receber mais passes de seus companheiros nessa parte do campo) e 62% dos passes na zona intermediária.

Calleri concentra a maioria de seus passes no último terço do campo mais à esquerda — Foto: Bruno Imaizumi

Calleri concentra a maioria de seus passes no último terço do campo mais à esquerda — Foto: Bruno Imaizumi

Outro mapa que evidencia uma maior participação na construção de jogadas de Calleri é o de faltas recebidas. Curioso notar que a maioria das poucas faltas sofridas de Cano ocorrem no campo defensivo.

Como costuma ficar pouco com a bola, Cano recebe pouquíssimas faltas — Foto: Bruno Imaizumi

Como costuma ficar pouco com a bola, Cano recebe pouquíssimas faltas — Foto: Bruno Imaizumi

O mapa de faltas cometidas aponta pra esse estilo mais “brigador” dentro de campo de Calleri, que muitas vezes acaba disputando jogadas aéreas com defensores e comete faltas no campo de ataque. Ainda, quando pressiona (e geralmente sozinho), acaba cometendo outras infrações.

Brigador, Calleri comete mais faltas no adversário do que Cano — Foto: Bruno Imaizumi

Brigador, Calleri comete mais faltas no adversário do que Cano — Foto: Bruno Imaizumi

* Bruno Imaizumi é economista da equipe do Espião Estatístico, que é formada por: Guilherme Maniaudet, Guilherme Marçal, João Guerra, Leandro Silva, Leonardo Martins, Roberto Maleson e Valmir Storti.

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