Rogério Ceni admite erros do São Paulo e se frustra com empate: “Estamos deixando a desejar”

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GloboEsporte

José Edgar de Matos 

Treinador disse que foi “difícil aceitar” o resultado de 3 a 3 contra o Goiás, ocorrido neste sábado.

Rogério Ceni saiu frustrado do Morumbi. Na análise do técnico do São Paulo, erros defensivos resultaram no empate por 3 a 3 contra o Goiás, que impediu o time de encerrar o turno do Brasileirão com uma vitória.

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Depois da partida, o treinador admitiu que foi difícil aceitar o resultado, 11º empate do São Paulo em 19 jogos pelo Campeonato Brasileiro. O grande objetivo agora é trabalhar a parte defensiva.

– Jogamos pelo quarto gol todo o tempo, e aí infelizmente estamos deixando a desejar na marcação. O tempo é curto para treinamento. Pela primeira vez, depois de descanso, começaremos a trabalhar a parte defensiva na segunda – declarou.

– Os erros têm sido corriqueiros. Para o treinador, sofrer seis gols em dois jogos mostra erros coletivos, uma ou outra falha individual. Nossa responsabilidade é fazer o time melhorar nesta parte defensiva – comentou o treinador.

Ceni admitiu os problemas defensivos do São Paulo contra o Goiás — Foto: Marcos Ribolli

Ceni admitiu os problemas defensivos do São Paulo contra o Goiás — Foto: Marcos Ribolli

O São Paulo vem sofrendo com desfalques na defesa. Diante do Goiás, Ceni não contou com Arboleda (fora da temporada por cirurgia), Miranda e Léo.

Os dois últimos estão em trabalho de transição e podem reforçar o time na quinta-feira, diante do América-MG, pela Copa do Brasil.

Sem o trio, o Tricolor teve uma formação mais jovem no campo defensivo, com Diego Costa e Luizão.

Melhores momentos: São Paulo 3 x 3 Goiás, pela 19ª rodada do Brasileirão 2022

– A verdade é que precisamos melhorar. Tantos empates e gols sofridos não são características do meu trabalho. Difícil aceitar um empate como esse, ali foi falta de concentração e de treinamentos nossos – acrescentou Ceni, que tem pouco tempo para corrigir os erros.

– Nós tentamos corrigir no vídeo os últimos jogos, as chances que perdemos e conseguimos. É repassado esse vídeo para dar um retorno do jogo. Nesses últimos dias não dá, porque se eu treinar eles não aguentam jogar. São muitos jogos – acrescentou Ceni.

O São Paulo terá três dias de preparação antes do embate contra o América-MG. A equipe folga neste domingo e retorna às atividades na segunda-feira, no CT da Barra Funda. O foco, a partir de então, estará na defesa.

– Precisamos melhorar, temos uma decisão na quinta, domingo e aí tem outro campeonato. Novamente teremos quatro jogos em dez dias, para qualquer time, mas para nós que temos tantos desfalques defensivos… a parte defensiva a gente tem sofrido bastante – encerrou Ceni.

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Confira mais respostas de Rogério Ceni na entrevista coletiva:

Sequência
– Nós jogamos dia 14, 17, 20 e 23, Com tanta gente fora, o cansaço bate. Não é tomar três gols do Goiás, um time profissional sofrer três gols mostra que precisamos evoluir nesse quesito. Não podemos cometer erros que nos levam a perder pontos importantes. Podemos caprichar mais nas finalizações e trabalhar melhor a parte defensiva para que a gente não sofra tantos gols.

Trabalho com jovens
–Nós tentamos corrigir no vídeo os últimos jogos, as chances que perdemos e conseguimos. É repassado esse vídeo para dar um retorno do jogo. Nesses últimos dias não dá, porque se eu treinar eles não aguentam jogar. São muitos jogos. Precisamos melhorar, temos uma decisão na quinta, domingo e aí tem outro campeonato. Novamente teremos quatro jogos em dez dias, para qualquer time, mas para nós que temos tantos desfalques defensivos….a parte defensiva a gente tem sofrido bastante.

Virtudes
– Quando a gente consegue ter triangulações e amplitudes, apesar de que o Goiás marcou pressão durante todo o jogo. Mesmo com a pressão, criamos bastante oportunidades, principalmente com as triangulações pelo lado direito. No outro, apesar de um gol com origem pelo Welington, é um lado mais solitário. As melhores oprtunidades estavam em triangular e abrir espaço.

Erros defensivos
– Demos azar no primeiro gol e no último gol um tiro de meta, não precisávamos nem ter pressionado. O menino tem a felicidade em chutar, a bola passa pelo Diego… mas quando chega aos 92 minutos, o cansaço bate. Temos que melhorar, é a repetição. Quando temos poucos zagueiros, você não consegue nem fazer um treinamento mais puxado. Tivemos medo de colocar o Diego contra o Inter.

– Mas produzimos para fazer o quarto gol, não tínhamos um jogador para o lugar do Wellington e ainda procuramos o gol pelos lados, onde estivam fluindo as jogadas. Não conseguimos o gol e acabamos sofrendo o castigo. Nos tira um domigno mais alegre, ficamos parados e até podendo sair da primeira faixa da tabela. Há tempos o time, apesar de render, não consegue vencer. Precisamos de vitórias.

Realidade do São Paulo
– Mas é uma análise complexa de fazer. Temos peças para trabalhar, do meio para frente temos opções, a gente consegue fazer times diferentes e com boas opções. Na parte defensiva, temos 10 ou 11 jogadores para ocupar cinco vagas. Temos mais opções ofensivas, chegamos a jogar sem os quatro principais zagueiros.

– O Rafinha improvisado bem fazendo bons jogos. Vamos brigar dia após dia, vamos ter um tempo para recuperar e partir de quinta-feira vamos sobreviver. Mas não dá para fazer uma projeção.

Cansaço mental
– Para mim é mais o mental, você tem que estar ganhando todos os dias. E você tem a expectativa de fazer isso. Temos entregado gols muito facilmente, temos feito isso mais fácil do que deve ser. E isso vai te deixando mais cansado. Para os atletas, o desgaste físico é maior. Para mim, o mental tem sido o pior.

– Você tem que quebrar a cabeça todos os dias para montar um time, qual peça você vai mudar e ter um esquema. Qual jogador tenho quen deixar fora para ter um time competitivo, depois como faço para ter um time na Sul-Americana. E tudo isso vai pesando.

O que mudar no segundo turno?
– A resposta é fácil, o difícil é a execução. Temos que definir os jogos, não estamos conseguindo definir o jogo contra ninguém. Não estamos conseguindo respirar, não conseguimos abrir dois gols de vantagem contra nenhum adversário. No Brasileiro a gente não consegue respirar um pouco no jogo, temos que jogar no limite até o minuto 90.

– Não conseguimos matar o adversário, contra o Palmeiras lutamos lá e aqui até o final, sempre está caminho muito próximo do limite salvando uma derrota ou perdendo uma vitória. Precisamos ter vitórias.

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