GloboEsporte
Eduardo Rodrigues
Médico responsável pela cirurgia do volante fala sobre gravidade da lesão e velocidade da cicatrização.
O volante Luan realizou uma cirurgia na coxa esquerda no dia 22 de junho. A expectativa era de que ele perdesse o restante desta temporada do São Paulo. No entanto, o jogador começou a treinar com o elenco na última segunda-feira e surpreendeu pela rápida recuperação de um problema considerado raro.
– Impressionante, nunca vi nada igual. Ele teve um processo de cicatrização muito acelerado. Começou com lesão de adutores e está sendo bem tratado pelo São Paulo – afirmou o doutor Moisés Cohen, responsável pela cirurgia de Luan, em contato com o ge.
O problema de Luan começou em 2021, no primeiro treino comandado por Rogério Ceni em seu retorno ao clube. Em uma atividade no Morumbi, o volante teve uma avulsão tendínea (desprendimento do músculo do osso) no adutor da coxa esquerda.
Luan sai de campo chorando ao ser substituído por Patrick
A recuperação escolhida pelo São Paulo naquele momento foi convencional, sem cirurgia. Luan voltou a atuar apenas no dia 16 de março deste ano – cinco meses depois –, contra o Manaus, pela Copa do Brasil.
Mesmo de volta, o volante não conseguiu ter sequência. Eram nítidas a falta de ritmo e a dificuldade para chegar à forma física ideal. Após o retorno, foram quase 30 dias de espera para ter uma nova oportunidade. Em maio, ele teve apenas dois jogos disputados.
No início de junho, Luan ganhou a oportunidade de ser titular pela primeira vez no Brasileirão deste ano diante do Coritiba. A partida consistente lhe deu a possibilidade de começar atuando novamente no jogo seguinte, contra o América-MG. Mas esse segundo confronto só durou 22 minutos.
Luan, do São Paulo, chora na maca após ser substituído — Foto: Marcos Ribolli
As dores que Luan vinha sentindo se agravaram na mesma coxa esquerda recém-recuperada. Ele saiu de campo chorando. A imagem preocupou a torcida e o clube, já que o jogador dava indícios de que estava retomando a melhor forma.
Ao sair do Morumbi, Luan foi direto para o hospital, e o diagnóstico se repetiu: avulsão tendínea do músculo adutor da coxa esquerda. No entanto, com um agravante: os exames apontaram um edema ósseo de 13 centímetros, o principal causador das dores. Os médicos que viram as imagens se questionaram como o volante estava conseguindo treinar com esse problema.
Dessa vez, a decisão foi unânime em realizar uma cirurgia, algo que poderia acabar com a temporada de Luan. A expectativa inicial era de que a recuperação seria de, pelo menos, quatro meses.
– Houve uma calcificação do músculo, o que é raro. E muita gente achava que ele não estava se dedicando, estava fazendo corpo mole, mas a calcificação estava atrapalhando os movimentos e a dor. Avaliei e tinha que tirar aquilo. Nós tiramos, e de uma forma surpreendente, foi muito rápido – disse o doutor Moisés Cohen.
– Tirar os pontos geralmente leva três semanas, mas com dez dias a gente tirou e já estava cicatrizado. Eu tive a oportunidade de examiná-lo no CT há 15 dias e fiquei impressionado. Ele já estava fazendo exercício de borrachinha, por exemplo. A musculatura dele é muito privilegiada, mas também é importante dar as glórias à equipe médica do São Paulo – acrescentou.
Luan em treino do São Paulo — Foto: Divulgação
Além de o organismo ter correspondido bem a recuperação, Luan teve sua parcela de contribuição no processo. O volante passou a treinar em dois períodos para acelerar o retorno e recebeu elogios no clube pela dedicação.
Embora tenha retornado aos treinos com o elenco, o jogador ainda não tem uma previsão de retorno aos jogos. Isso dependerá de uma resposta física e até mesmo técnica durante as próximas semanas.
A volta de Luan chega em um momento decisivo para o São Paulo na temporada. A equipe está nas quartas de final da Copa do Brasil e da Copa Sul-Americana – e busca melhores resultados no Brasileirão.
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