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No último fim de semana, o Flamengo enfrentou o Palmeiras, em um confronto decisivo para a manutenção das suas chances de conquistar o título do Campeonato Brasileiro. Mesmo com o status de final antecipada que a partida possuía, o técnico Dorival Júnior optou por levar a campo uma equipe praticamente reserva. O motivo de ter utilizado uma escalação alternativa no jogo contra o líder da Série A (que terminou empatado por 1 a 1) foi preservar o fôlego dos seus atletas mais importantes para a abertura das semifinais da Copa do Brasil, hoje, contra o São Paulo, no Morumbi.
A decisão não é uma exclusividade de Dorival. Não é de hoje que os treinadores em atividade no futebol pentacampeão mundial, quando precisam fazer uma escolha, priorizam os mata-matas da copa e deixam em segundo plano o campeonato de pontos corridos. Independentemente de estarem certos ou errados, os técnicos brasileiros estão praticamente sozinhos na defesa dessa opção.
Fora do Brasil, salvo com equipes pequenas que já não têm mais nenhum objetivo a cumprir nas ligas nacionais e apostam todas as suas fichas na briga por um título de copa, esse fenômeno simplesmente não acontece. O que rola por lá é justamente o contrário. Os grandes clubes da Europa, por exemplo, costumam aproveitar torneios como Copa do Rei (Espanha), Copa da Inglaterra e Coppa Italia para dar ritmo a seus reservas (especialmente, nas fases preliminares) e só utilizam a força máxima quando o calendário permite (ou seja, quando o uso desses jogadores não prejudicará o desempenho do time no campeonato).
Essa diferença de tratamento tem uma explicação central: a Copa do Brasil é muito mais relevante no cenário na qual está inserida do que as suas similares disputadas na maioria dos países importantes do cenário futebolístico. A primeira razão para essa valorização quase que única do torneio é que, desde sua criação, em 1989, a competição já distribuía vaga para a Copa Libertadores da América. Até o final da década de 1990, quando cada país só tinha direito a dois representantes no continental, os representantes do Brasil eram os campeões da Série A e do torneio mata-mata.
Ou seja, em termos de classificação para outras competições, era mais negócio para uma equipe ganhar a Copa do Brasil do que lutar até o fim pelo título brasileiro e acabar ficando com o vice-campeonato. Na Europa, isso nunca aconteceu. Os ganhadores das copas nacionais jamais foram premiados com vaga na Liga dos Campeões, o torneio número um da Uefa. Durante muito tempo, classificaram-se para a Recopa, que era exclusiva deles. Hoje, dependendo do ranking do país na entidade continental, vão para a Liga Europa ou para a Conference League, de menor relevância que a Champions.
Ainda que os sucessivos aumentos no número de participantes da Libertadores tenham reduzido a importância da vaga dada ao campeão da Copa do Brasil, a competição já havia caído no gosto popular e se tornado uma peça importante no calendário dos clubes nacionais. Quando o interesse começou a cair, a CBF interveio, depositou um caminhão de grana no torneio e o transformou na maneira mais rápida de uma equipe transformar resultados esportivos em dinheiro.
Atualmente, o campeão da Copa do Brasil recebe R$ 60 milhões. A premiação é quase o dobro da paga para o vencedor da Série A (R$ 33 milhões), apesar de o torneio mata-mata ter um número bem inferior de partidas (12, contra 38 rodadas do campeonato). Copa do Brasil – semifinais Hoje, às 19h30 – Fluminense x Corinthians, no Maracanã (Rio de Janeiro) Hoje, às 21h30 – São Paulo x Flamengo, no Morumbi (São Paulo) 15/09, às 20h – Corinthians x Fluminense, na Neo Química Arena (São Paulo) 15/09, às 21h45 – Flamengo x São Paulo, no Maracanã (Rio de Janeiro).
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